Leio no Público de hoje que o socialista António Vitorino pede reformas ao Governo. "Na Justiça, temos um problema de ineficácia e de inadequação do sistema perante as necessidades da vida actual, social e económica, mais sujeita uma necessidade de uma revisão e alteração profunda", afirmou Vitorino durante uma conferência (Estado, Desenvolvimento e Sociedade) realizada no Instituto de Defesa Nacional. Vitorino notou ainda que no futuro será necessário proceder a uma "revisitação à democracia representativa uma vez que é evidente a incapacidade actul do sistema de partidos".
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Pacheco Pereira, que também participou na conferência, afirmou que "Há um problema gravíssimo porque na Justiça há talvez, para a maioria das pessoas, o espelho da disfunção do Estado. Não se recorre à Justiça porque se considera que ela não é eficaz e não é capaz, por incompetência, porque não tem meios, porque está politizada".
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Anda toda a gente a dizer o mesmo que ontem disseram Vitorino e Pacheco Pereira: A Justiça não funciona, impõem-se reformas profundas. O que nenhum deles disse, nem nenhum dos vários comentadores políticos que brilham nos espaços televisivos ou em colunas garantidas nos jornais, foi quais as reformas, ou em que sentido, devem ser realizadas.
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Dizer que são precisas reformas é dizer o óbvio, e toda a gente concorda. Dizer quais reformas, poderia iniciar o debate urgente sem o qual nenhuma reforma relevante avança. Mas, como sempre, Vitorino insinua o movimento em frente, ri-se satisfeito com o consenso à volta do inconsequente, dá meia volta, e vai facturar para outro lado.
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