Estive esta semana em Setúbal, onde já não ia há algum tempo.
A zona ribeirinha do Sado (um rio lindo!) continua na sua maior parte ocupada por casarões abandonados, a apodrecer há muitas décadas. É incrível como os sadinos conseguiram ao longo de tantos anos conviver com tanta ruína à volta sem que um movimento colectivo os impulsionasse a derrubarem com as suas próprias mãos aquilo que sucessivos governos municipais não tiveram competência para fazer.
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O programa Pólis, que foi anunciado há uns anos atrás em placard (coisa a sério, que deve ter custado uma pipa de massa), contador dos dias que faltavam para o termo da excecução do Pólis que daria a Setúbal a volta que a cidade merece, e que foi retirado por se ter extinguido o prazo de excecução do programa antes do mesmo ter começado, está a ignorar a zona ribeirinha que continua abandonada ao passar dos anos. Onde o Pólis é visível é no reajardinamento da placa central da Av. Luísa Tódi: um kitsh no lugar do anterior.
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Na Costa da Caparica também tem o seu Pólis. Onde havia uma mata frente a Santo António colocaram um parque para crianças (que se justifica, mas onde o exagero é notório) e algumas instalações (quatro, salvo erro) para restauração, idênticas na arquitectura e no pretenciosismo de novo-riquismo. Quando lá estive o ano passado, as instalações estavam ainda desocupadas.
Na semana passada fomos até junto á praia. O Pólis já lá construiu mais cinco restaurantes em cima do paredão, de arquitectura semelhante à dos seus colegas no piso inferior. Estão ocupados dois.
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Nada tenho contra o aumento da oferta restaurante na Costa, embora duvide de um acréscimo súbito de comensais. Mas o que eu não compreendo mesmo é a razão pela qual a edilidade almadense se dedica agora à construção de restaurantes com tanta mazela que tem no concelho, incluindo a Costa da Caparica, para remediar.
Nem os municípios comunistas escapam à lei do betão.
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