O sr. Passos Coelho rejeita publicamente qualquer renegociação com a Grécia porque uma posição complacente colocá-lo-ia em dificuldades perante o eleitorado que ele necessita em Setembro/Outubro que lhe dê a maioria absoluta com que ainda (ou cada vez mais) sonha.
Apostou, mais por convicção que falta de outra alternativa, num propósito, e qualquer mensagem que sugerisse sequer uma inflexão nesse propósito seria aproveitado partidariamente pelos seus adversários políticos, internos e externos. Está refém de uma estratégia que falhou em grande medida mas que nem Merkel & Companhia do Norte nem ele querem, por diferentes razões, reconhecer.
Intimamente, as coisas passam-se modo diferente. Imagine-se que Merkel & Companhia do Norte acabam por conceder ao Syriza o benefício da dúvida e que, decorrente de recuos de parte a parte, a Grécia obtem parte daquilo que pretende: p.e., o pagamento da dívida em função do crescimento do PIB. Persistirá o sr. Passos Coelho na sua cruzada contra os relapsos gregos ou ficará satisfeito por nos poderem tocar por tabela algumas vantagens das eventualmente concedidas à Grécia? A resposta parece óbvia, não?
Esta, aliás, tem sido a praxis politica do sr. Passos Coelho desde a sua tomada de posse: exibir uma atitude de sobre cumprimento dos objectivos do MoU, uma exibição sempre coniventemente aplaudida pela srª Merkel e pelo sr. Schäuble, e aproveitar o que pode das vantagens consequentes da rebeldia grega. Hipocrisia ou oportunismo, chamem-lhe o que quiserem, mas não me parece que possa haver outra leitura à superfície da obediência a uma estratégia, que falhou em grande medida, na Grécia, em Portugal, na Europa, e a que, aparentemente, o sr. Passos Coelho se continua a agarrar como os percebes à rocha.
Resumindo: O sr. Passos Coelho não vai mudar de estratégia. Espera apenas que a estratégia venha ter com ele.
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* Colocado aqui
Apostou, mais por convicção que falta de outra alternativa, num propósito, e qualquer mensagem que sugerisse sequer uma inflexão nesse propósito seria aproveitado partidariamente pelos seus adversários políticos, internos e externos. Está refém de uma estratégia que falhou em grande medida mas que nem Merkel & Companhia do Norte nem ele querem, por diferentes razões, reconhecer.
Intimamente, as coisas passam-se modo diferente. Imagine-se que Merkel & Companhia do Norte acabam por conceder ao Syriza o benefício da dúvida e que, decorrente de recuos de parte a parte, a Grécia obtem parte daquilo que pretende: p.e., o pagamento da dívida em função do crescimento do PIB. Persistirá o sr. Passos Coelho na sua cruzada contra os relapsos gregos ou ficará satisfeito por nos poderem tocar por tabela algumas vantagens das eventualmente concedidas à Grécia? A resposta parece óbvia, não?
Esta, aliás, tem sido a praxis politica do sr. Passos Coelho desde a sua tomada de posse: exibir uma atitude de sobre cumprimento dos objectivos do MoU, uma exibição sempre coniventemente aplaudida pela srª Merkel e pelo sr. Schäuble, e aproveitar o que pode das vantagens consequentes da rebeldia grega. Hipocrisia ou oportunismo, chamem-lhe o que quiserem, mas não me parece que possa haver outra leitura à superfície da obediência a uma estratégia, que falhou em grande medida, na Grécia, em Portugal, na Europa, e a que, aparentemente, o sr. Passos Coelho se continua a agarrar como os percebes à rocha.
Resumindo: O sr. Passos Coelho não vai mudar de estratégia. Espera apenas que a estratégia venha ter com ele.
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3 comments:
A realidade vai rio abaixo no sentido de vacinar os eleitores contra infantilismos tipo grego; isto para quem se esqueceu do PREC claro.
A velocidade a que os novos dirigentes gregos vivem as semanas não demora muito; vamos a ver se o Podemos ainda tem tempo de fazer o seu brilharete nas urnas antes do desastre.
Como qualquer bom capataz, o Passos Coelho gere a "quintinha" de modo a agradar aos chefes de Bruxelas, que muito bem têm sabido recompensar os seus fiéis servidores!
Passos não tolera faltas de respeito à sua patroa !
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