Tuesday, February 10, 2015

O CAPITALISMO, HOJE

O Economist desta semana publica um artigo - Capitalism’s unlikely heroes - Why activist investors are good for the public company - que é uma apologia aos méritos das intervenções dos hedge funds, que o colunista qualifica como investidores activistas, nas empresas cotadas em bolsa. 
A abordagem é focalizada nas empresas norte-americanas mas não deixa de reflectir as manobras que na Europa e na Ásia transferem enormes volumes de riqueza para os CEO´s  que, frequentemente, não têm, bem pelo contrário, correspondência nos resultados atingidos pela sua gestão. E porquê? Porque os managers de topo são suportados por accionistas coniventes ou naturalmente complacentes. É da conjugação perversa entre a conivência e abstenção que germinaram nos  últimos 15 anos fiascos como a Enron e a Lehman Brothers. 

Analisadas as diferentes hipóteses de intervenção accionista que possam apear, com vantagem da empresa e dos accionistas, os gestores ineficientes e, ou, oportunistas, o articulista conclui que são os investidores activistas aqueles que obtêm melhores resultados com menos meios financeiros envolvidos.

Leio este artigo e é inevitável recordar o caso PT, tão recente e já tão esquecido. A PT é apenas um dos casos que nos últimos tempos mostraram ao mundo a bandalheira (não encontro adjectivo mais adequado, posto que convenientemente incisivo) em que mergulhou grande parte da nata do capitalismo português. E não aconteceu nada. 

Porquê?
Porque por cá as águas são turvas demais e a profundidade é baixa.
O único investidor (no caso, investidora) que se propôs entrar nas águas turvas em que se movia, e move, a administração da PT SGPS, foi rechaçado pelo argumento de que a sua oferta se encontrava
abaixo do previsto na lei. As cotações da PT SGPS encontram-se hoje a cerca de metade da tal oferta curta. E ninguém é obrigado a responder por isto. Entre a conivência e abstenção continuam a mover-se impunemente as sumidades galardoadas.



c/p de aqui

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