A surpreendente entrada do Syriza
na ribalta política europeia, e até mundial, está a provocar as mais
desencontradas, e frequentemente extremadas, reacções. Se para uns Alexis &Yanis são uma diabólica parelha vermelha que não se aguentará
na corda bamba mais que dois meses ou três, para outros o Syriza é a
lufada de ar fresco que, para salvação da UE penetrou na claustrofóbica
câmara em que, até agora, se moviam os eurozónicos. Se para uns a
democracia em Atenas não vale menos que a democracia em Berlim, a
inversa é logo argumentada pelos outros. Contudo, nenhum dos políticos
no activo ou na reserva, ou comentadores remunerados, ou pro bono, vulgo
bloggers, tinha atingido o cúmulo de aversão ao Syriza a que o sr.
Vasco Valente Correia Guedes desceu num artigo que o Público colocou
ontem aqui.
Transcrevo:
"Os
fanáticos vêem o mundo por uma fresta e ganham pela demagogia e pela
intimidação. Na história política contemporânea, há centenas de casos
parecidos. Dos maiores, como Hitler, aos mais pequenos, como o PRD de
Eanes. Hitler declarou guerra ao Império Britânico, à URSS e à América:
toda a gente percebeu que o desastre era inevitável, mas só ao fim de 55
milhões de mortos, com os russos a 100 metros da porta, ele percebeu.
Eanes imaginou que se criava um partido com meia dúzia de militares e
dúzia e meia de tresmalhados ou desiludidos, sem uma tradição e uma
função social evidente e durável, mas bastou Mário Soares dissolver a
Assembleia para se ver o vácuo daquela traquitana. O Syriza esperneia e
faz barulho, mas passará depressa."
Que o sr. Vasco Valente Correia Guedes junte no mesmo saco Hitler e o Syriza é uma pesporrência a que nenhum grego dará a mínima atenção; mas o envolvimento do General Ramalho Eanes é uma infâmia que só pode merecer a indiferença de qualquer português minimamente informado se considerar que tamanha bacorada deve ter germinado na cabeça daquele senhor em algum momento de delirium tremens.
Que o sr. Vasco Valente Correia Guedes junte no mesmo saco Hitler e o Syriza é uma pesporrência a que nenhum grego dará a mínima atenção; mas o envolvimento do General Ramalho Eanes é uma infâmia que só pode merecer a indiferença de qualquer português minimamente informado se considerar que tamanha bacorada deve ter germinado na cabeça daquele senhor em algum momento de delirium tremens.
1 comment:
Foi uma epoca em que para se sentir realizado era de bom tom alem de escrever o livro , plantar a arvore, estava na lista formar uma agremiação. A historia dá muita volta e 38 anos depois estamos com mais agremiações pro... do que eleitores disponiveis. Eu já assinei para tres novos.
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