Wednesday, December 03, 2014

O JOGO DA CABRA CEGA


Lê-se hoje aqui que o sr. Ricardo Salgado recusa enviar as actas do conselho superior do GES ao inquérito ao BES alegando "questões de reserva da intimidade" para não entregar estes documentos, e porque também iria contra o segredo de justiça, já que as actas foram apreendidas nas buscas à sua casa no âmbito de processos judiciais. Por outro lado, aqui desvendam-se os argumentos usados pelos juristas pagos pelo sr. Ricardo Salgado e que convenceram o sr. Carlos Costa a manter a sua inabalável confiança no banqueiro. 

"A oferta de 14 milhões de euros que o empresário José Guilherme deu a Ricardo Salgado justifica-se com o “bom princípio geral de uma sociedade que quer ser uma comunidade – comum unidade –, com espírito de entreajuda e solidariedade”, escreve o  jurista João Calvão Silva,  especialista em direito bancário, no parecer sobre a idoneidade de Ricardo Salgado, que este entregou ao Banco de Portugal (BdP), e a que o i teve acesso."

O sr. Carlos Costa deveria ter compreendido, se estivesse virado para esse lado,  que os argumentos do jurista Calvão e Silva lhe davam conta que o sr. Ricardo Salgado se encontrava em estado de necessidade da solidariedade e ajuda de amigos e conhecidos, uma situação sempre merecedora de comiseração mas que, sendo o necessitado um banqueiro, aconselhava vivamente o governador do Banco de Portugal a afastá-lo da presidência do banco e a enviá-lo ao cuidado do sr. Santana Lopes, Provedor da Santa Casa da Misericórdia, "por graça de Deus". Em vez disso, comoveu-se, e deixou cair e partir o banco. 

Já agora, se o sr. Ricardo Salgado não entrega as actas ao Parlamento por que não pede o Parlamento ao jornal "i" que se incumba disso?
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Correl. - Ricardo Salgado não entrega actas do Conselho Superior do GES mas Ricciardi já enviou 72 São reuniões de 2003 a 2013. Mas a reunião do "golpe de Estado" que lançou a Salgado não consta da lista

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