Já há, segundo notícias de hoje, vd. aqui, pelo menos dois interessados na compra do Banco Novo. E é provável que, até à última hora, outros candidatos alinhem na meta de partida. Para já, qualquer dos interessados declarados ou em vias disso é espanhol ou dominado por espanhóis. De tal facto não vem nenhum mal ao mundo, afinal de contas a banca portuguesa estatelou-se estrondosamente com a erupção da crise. E se há interessados, quanto mais melhor, sejam eles espanhóis ou chineses. Porque, das duas uma: ou são eficientes e dinamizam a economia, ou acabarão por cair debaixo da queda dela. Foi o que aconteceu durante todos estes anos em que a banca celebrava lucros pirotécnicos, e acabámos por ter de levar em cima com as canas em labaredas. Pode voltar a acontecer.
Vários candidatos, em princípio, podem levar o valor do Novo Banco a um patamar em que as perdas para os contribuintes, directa ou indirectamente, se o Fundo de Resolução é um assunto sério, serão minimizadas. Podem, se os eventuais interessados não estiverem a olhar apenas para o lombo e pretenderem deixar os ossos para os contribuintes, isto é, o risco da litigância que o sr. Fernando Ulrich disse em tempos ninguém quererá comprar.
A questão fulcral não é, portanto, vender o Novo Banco mas vendê-lo todo, sem recurso, incluindo todos os eventuais ónus que essa compra possa implicar no futuro. Se assim não acontecer, adeus minhas encomendas. Seremos, os contribuintes, enganados outra vez, até porque o Fundo de Resolução é um instituto virtual. Existe, mas não se sabe bem o que é.
Na venda do BPN, ainda que o confronto da deputada Mortágua possa ter irritado há dias, no Parlamento, o sr. primeiro-ministro, o sr. Mira Amaral conseguiu para os seus mandantes o melhor dos mundos: comprou o frango todo limpo ao preço das patas do animal. As penas pagam-nas os inocentes.
1 comment:
Caro Rui:
Um abraço e os votos amigos de um Feliz Natal para ti e todos os teus.
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