O Presidente Obama, vd. aqui, anunciou ao princípio da tarde de hoje que os EUA e Cuba iriam restabelecer relações diplomáticas pondo termo a mais de meio século de isolamento e de hostilidades entre vizinhos. Registe-se, a par da grandeza do gesto de Obama e Raúl
Castro, o encorajamento à iniciativa do Papa Francisco, que
acolheu os dois presidentes no Vaticano para as conversações finais que conduziram ao passo de reaproximação dado hoje.
Um passo que tem um valor simbólico idêntico à queda do muro de Berlim e terá consequências para os cubanos não menos relativamente relevantes que a unificação da Alemanha teve para os alemães da ex-RDA. O isolamento forçado pelo bloqueamento norte-americano foi até agora o maior sustentáculo do regime ditatorial em Cuba. Sem os espanta fantasmas do gigante inimigo externo, a população cubana teria evoluído há muito tempo para uma sociedade intelectualmente libertada. O bloqueio não serviu os interesses dos norte-americanos e teve conquências dramáticas para os seus vizinhos do sul.
Mas há quem discorde: aqueles que durante todos estes anos de isolamento se convenceram, e, pelos vistos, ainda continuam convencidos, que o partido único cubano só seria (só será) derrubado pela revolta de um povo esmagado pelo subdesenvolvimento económico. Enganaram-se até agora. Espera-se que a história, a partir de agora, continue a não lhes dar razão.
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