Monday, December 08, 2014

CÂNDIDO E LEOPOLDO

O El País de ontem incluía ontem um caderno - El mejor de los mundos possibles  - de diferentes perspectivas, umas mais optimistas, outras mais pessimistas, sobre o mundo de hoje, o futuro previsível, e a comparação com o passado mais ou menos recente.

De todo o conteúdo do caderno, que vale a pena ler, destaco as transcrições  parciais de duas mensagens, de Obama e Ban Ki-Moon, muito exemplificativas da polarização de pontos de vista que a questão - é o mundo hoje melhor ou pior e mais perigoso que ontem? - suscita.

Muitos filósofos e ficcionistas abordaram o tema no passado. Cândido, o personagem criado por Voltaire é, provavelmente, o mais emblemático olhar optimista sobre o mundo para, sarcasticamente, servir o ponto de vista oposto do seu criador. Leopoldo, o personagem de Woody Allen em "Para Roma com amor" representa o perseguido pelos media, que lhe atormentam uma vida simplória. Para Obama, há uma realidade percepcionada, veiculada pelos media, diferente de uma outra reflectida nos indicadores numéricos dessa mesma realidade. Entre as duas, a segunda imagem é mais concreta, e a primeira a mais imediatamente adquirida pela opinião pública em geral.

Mas todos aqueles que chegaram já ao cume da idade adulta, com um conhecimento razoável do mundo que atravessaram, ao olharem para trás, não poderão deixar de reconhecer que, globalmente, o desenvolvimento humano, observado pelos principais indicadores da saúde, da educação, da segurança individual e colectiva, nunca foi tão elevado como hoje.

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Obama:

“En todo el mundo, hay señales de progreso. La sombra de la Guerra Mundial que existía en la fundación de esta institución ha desaparecido; la posibilidad de un conflicto armado entre grandes potencias se ha reducido. El número de Estados se ha triplicado y más personas viven bajo el mandato de Gobiernos elegidos. Centenares de millones de seres humanos se han liberado de la cárcel de la pobreza. La proporción de personas que viven en la pobreza extrema se ha reducido a la mitad. Y la economía mundial sigue reforzándose después de la peor crisis financiera de nuestras vidas. Hoy, ya sea en Nueva York o en el pueblo de mi abuela a más de 300 kilómetros de Nairobi, hay más información disponible que en las mayores bibliotecas del mundo. Juntos, hemos aprendido a curar enfermedades, a dominar el poder del viento y el sol. La mera existencia de esta institución es un logro único: personas de todo el mundo comprometidas a discutir sus diferencias de manera pacífica y resolver juntos sus problemas. Con frecuencia les digo a los jóvenes en Estados Unidos que este es el mejor momento de la historia humana para nacer, pues tienes más probabilidades que nunca de saber leer y escribir, de estar sano y de ser libre de perseguir tus sueños”.

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