Carlos Costa disse ontem que não tinha poderes para afastar Ricardo Salgado.
Ninguém, na órbita de Salgado, sentia que tinha, porque todos, subordinados, reguladores, auditores, revisores de contas, se subjugaram, de um modo ou de outro, aos desígnios do patrão do BES na sua fuga para a frente. Incluindo o mais recalcitrante dos primos, o primo José Maria Ricciardi.
Pedro Queirós Pereira foi o único que, perante a ameaça de Ricardo Salgado lançar mão à caixa do grupo Semapa, lhe disse, redondamente, não, obrigando-o a recuar e a separar as caixas. É o único personagem deste fabuloso escândalo que conseguiu sair imune e inculpado. Todos os outros, de um modo ou de outro, em maior ou menor escala, foram comparsas por quê? Porque além da coragem, que ajuda bastante sempre nestas circunstâncias, Pedro Queirós Pereira não precisava dos favores com que Ricardo Salgado comprou a pusilanimidade dos outros personagens menores.
O cheiro do dinheiro é inebriante para quem está próximo dele, salvo aqueles que têm o olfacto saturado.
O cheiro do dinheiro é inebriante para quem está próximo dele, salvo aqueles que têm o olfacto saturado.
No comments:
Post a Comment