Saturday, November 01, 2014

NO PAÍS DOS JÚDICES 2*

Não é novidade para quem esteja minimamente atento que as contas pagas pelos contribuintes, através do OE,  a sociedades de advogados são chorudas e, sempre que se analisam as despesas do Estado estas contas persistem em níveis que contrariam todos os propósitos antes anunciados para as reduzir. Uma persistência que só encontra justificação na força do lobi dos principais escritórios de advogados junto dos governos, que lhes entregam incumbências que deveriam ser resolvidas, salvo casos muito excepcionais,  pelos juristas dos quadros da função pública. Ou serão, geralmente, incompetentes os juristas ao serviço do Estado? Se sim, porque não são substituidos? Questões recorrentes a que, até agora, nenhum governo deu, concretizadamente, respostas.

O que está em causa não são apenas as dimensões das verbas pagas aos escritórios de advogados contratados mas também a promiscuidade resultante dessa contratação sistemática, de, por exemplo, serem esses advogados incumbidos de redacção legislativa que depois os mesmos irão usar na defesa de interesses de constituintes seus, privados, explorando omissões ou obscuridades propositadas das leis que redigiram.

Em entrevista ao jornal i, o sr. José Miguel Júdice, depois de elogiar o governo do sr. Passos Coelho, afirma que António Costa é o homem certo para liderar o país, e, pasme-se!, defende uma coligação de esquerda em 2015. Não pode? É inquestionável que pode. O que é notável é que o inteligentíssimo sr. José Miguel Júdice muda de direcção conforme lhe sopra o vento, podendo a rotação atingir os 180 graus. Conseguirá o sr. António Costa, putativo próximo primeiro-ministro, reduzir substancialmente o recurso a escritórios de advogados e as contas que os contribuintes portugueses são chamados a pagar-lhes? Esperemos que sim. Obviamente o sr. José Miguel Júdice, entre outros, espera que não.
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*País do Judíces 1 está aqui.

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