Friday, November 07, 2014

AGARRA QUE É POLÍCIA!

"O filho de Ricardo Salgado e a companheira de Marcelo Rebelo de Sousa (e administradora do BES) são algumas das pessoas que recorreram ao tribunal para impugnar a medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal (BdP) ao Banco Espírito Santo (BES) e que culminou com a divisão deste em banco bom e banco mau, avança o Diário de Notícias".vd. aqui.  Ontem, Fernando Ulrich, convidado da Quadratura do Círculo, admitia que aos 19 processos de impugnação já entrados nos tribunais se venham a juntar muitos mais, e que, obviamente, quem adquirir o Novo Banco não aceitará responsabilizar-se pelos resultados de tais impugnações. Acresce, admitiu Ulrich, que se da venda do Novo Banco resultar uma penalização incomportável para os bancos participantes do fundo de resolução, tornando sistémico o resultado dessa operação, serão, eventualmente, os bancos obrigados a processar o Estado, isto é, os contribuintes, pelas consequências das decisões resultantes da criação do Novo Banco. 

Por outro lado amontoam-se as informações - vd. aqui - que atiram para cima do sr. Carlos Costa culpabilidades pela forma tardia como o Banco de Portugal reagiu a esse manancial informativo, fortemente indiciador de que o GES estava em apuros, que o BES estava largamente envolvido no GES, que o sr. Ricardo Salgado tinha prevaricado mais do que o suficiente para justificar que o sr. Carlos Costa lhe tivesse retirado a confiança para continuar a presidir ao BES mesmo antes do banco ficar colocado em situação insolvência evidente. Acrescem ainda suspeitas de que o sr. Carlos Costa  se tenha colocado, em consequência das suas inabilidades, entre a espada de tanta litigância e a parede dos interesses partidários que o sr. Ricardo Salgado sustentou durante muitos anos.

Dito de outro modo: Daqui a muito tempo, porque a justiça, quando se lhe apresentam pela frente pesos pesados, desmaia, forem derimidos os conflitos judiciais suscitados por banqueiros e accionistas em geral, é provável que o sr. Carlos Costa tenha sido considerado culpado, e pelas culpas do sr. Carlos Costa chamados os contribuintes a pagar mais uma rima elevada de facturas.

O primeiro sinal de que o polícia vai ser o principal perseguido vai ser dado pelo relatório do inquérito parlamentar que começa com a audição da principal testemunha e termina com a audição do principal culpado. E que, como é habitual em Portugal, quem paga é que não tem culpas assacadas no processo.

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