Tuesday, September 24, 2013

A VITÓRIA DE MERKEL E UM ENSAIO SOBRE A TORTURA

meu Excelentíssimo Amigo,
 
Talvez Seguro tenha lido, ou alguém por ele, o Financial Times de hoje, e visto um vídeo publicado aqui - Europe risks loom after Merkel win - que, na parte final comenta a tortura portuguesa, em grande parte um legado de quem anuncia publicar dentro em breve uma tese sobre a tortura em democracias. 
 
O Financial Times não morre de amores pela Dona Merkel, os seus comentadores mais citados (Martin Wolf, Wolfgang Münchau, entre outros ilustres) vêm sendo muito críticos das políticas da chanceler desde há muito tempo. Ora o Financial Times não é propriamente um diário de esquerda, e estando o UK fora do euro, a sua perspectiva será informada de alguma isenção relativamente ao pendor socialista e ao destino do euro.
 
Quero dizer com isto, que independentemente do que diz Seguro, e Seguro diz muita coisa para se agarrar ao posto que os seus camaradas socráticos não cessam de abanar, a questão que se coloca é esta: Vai a senhora Merkel alterar a sua política relativamente à União Europeia, à Zona Euro, a Portugal, que, desde Julho, passou a ser o mau da fita?
 
Ela diz que não: Vai tudo continuar na mesma porque não poderia ter funcionado melhor.
E se ela diz, não serei eu a colocar em dúvida o que Dona Merkel ordena aos 27 anões, que à sua volta se comportam atentos, veneradores e obrigados.
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Mas, sendo assim, tenho as maiores dúvidas que tenhamos a mínima hipótese de algum dia nos livrarmos de um resgate crónico, nos mantermos no euro e, consequentemente, na União Europeia.
Porque, ou as minhas contas estão totalmente erradas, ou, não havendo nada de novo, que não vislumbro, o problema não é do défice deste ano a 4 ou a 5%, de um segundo resgate ou de um programa cautelar, mas da impossibilidade de inverter o ponto de não retorno que já ultrapassámos.  

2 comments:

Unknown said...

Imagem negra que parece cada vez mais real. Pelo menos se quem devia estar mais preparado(os candidatos) continua a ter neuronios(falta?)para as loucuras que vemos na propaganda eleitoral só podemos ficar assustados e pessimistas.

Pinho Cardão said...

Caríssimo Rui:
Seguro é o dirigente do maior partido da Oposição, porventura futuro governante se os seus camaradas deixarem e o povo português permitir. Não é, pois, um analista, jornalista ou comentador, muito menos do FT. Esperando, como diz, ser 1º Ministro, tem que comportar-se como tal e tomar as posições institucionais que mais nos interessam, e não as que poderiam porventura interessar ao partido dele. Como tal, a frase que proferiu é de um saloismo primário, de uma inoportunidade total e reveladora da sua falta de estatura política. Porque se está a referir não a um camarada qualquer, mas a um 1º Ministro com o qual, se for eleito, terá que dialogar muitas vezes.
Tão ceguinho se comportou, que nem viu que o seu guru, o socialista Hollande, foi logo dos primeiros a felicitar Merkel.