António Borges, recentemente nomeado Director do Departamento Europeu do FMI, afirmou esta semana na Gulbenkian que Portugal está de joelhos perante o BCE. Na mesma ocasião, Borges não poupou críticas aos bancos portugueses que privilegiaram durante anos os sectores não transaccionáveis, a contrução civil e as obras públicas e o Estado.
O que, lamentavelmente, é verdade.
Lamentável, contudo, é que Borges só agora tenha reparado nisso ou só agora, o que ainda é mais lamentável, tenha tido coragem para o dizer.
Aqui, neste obscuro caderno de apontamentos, há muito tempo que se tinha reparado nisso. O que não era difícil, diga-se de passagem. Mais do que o ministério da economia, que não se sabe muito bem para que existe, são os bancos que decidem para onde vai a economia portuguesa. E decidem, obviamente, em função dos seus interesses imediatos. Porque, se a longo prazo, aparecem os efeitos perversos das suas opções oportunistas a factura a pagar é apresentada aos contribuintes.
Como é que este potencial de perversidade pode ser anulado, António Borges não disse.
2 comments:
Excelente análise, brilhante mesmo.
pior é que alguns comentadores tentam imputar ao governo este desgoverno de financiamento da economia.
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