ACERCA DE BANCOS

No mesmo dia em que o presidente da Associação Portuguesa de Bancos  afirma que "imposto previsto no OE 2011 não parece o mais adequado", 

o ministro das finanças do Reino Unido anuncia a redução de 500 mil funcionários na função pública nos próximos quatro anos, cria taxa no sector bancário com o objectivo de obter o máximo de receitas sustentáveis, anuncia aumento da idade da reforma para 66 anos em 2020.

Noutro local o presidente da APB diz que os mercados continuam a não considerar (subentende-se emprestar) em termos de médio prazo.

Na Antena 1 ouço que, segundo o Banco de Portugal, o incumprimento do pagamento de empréstimos bancários tem vindo a aumentar desde Março do ano passado situando-se em 3,2% do crédito concedido.

600 mil portugueses estão em situação de incumprimento, a grande maioria dos quais por crédito ao consumo. Entretanto, todos os bancos, incluindo o banco do Estado, continuam a promover o crédito ao consumo desde a troca de carro e de  férias em lugares de sonho e outros deslumbramentos maiores até jóias, passando por canetas, esferográficas, relógios, artigos em pele de escritório e de viagem.  

Houve tempos em que o assador de castanhas tinha um contrato com a banca: nem o assador dava crédito  nem os bancos vendiam castanhas. Hoje, só o vendedor de castanhas se mantém fiel ao compromisso.