A partir de hoje, não sabemos até quando, o amigo de Putin, Donald Trump será o 45º. Presidente dos Estados Unidos da América. Venceu o populismo (não venceu o voto popular) excitado pelas redes sociais, inundadas de forma provavelmente decisiva pelas interferências dos hackers russos. Trump já reconheceu publicamente essa interferência, (obviamente) negou que ela possa ter influenciado os resultados que lhe garantiram a presidência.
Tenha sido ou não decisiva a interferência de Putin na eleição de Trump, é inquestionável que Putin reforça com a eleição do amigo norte-americano a aura atribuída pela Forbes de político mais poderoso do mundo. Se a Forbes o diz, Trump aproveita para engrossar nos EUA a onda de populismo ensaiada na Europa prometendo tornar a América grande outra vez - "Make America Great Again"-. Sub liminarmente, Trump intuiu nos norte-americanos, mas não na maioria, a ideia de que se Putin - líder de um país com uma economia que valerá quanto muito tanto quanto a economia espanhola - é o mais poderoso, é porque a América perdeu a liderança do poder mundial. E ele, Trump, vai reconquistar o poder perdido. Enfrentando Putin, o mais poderoso?
Não, de modo algum. Trump é um bilionário com muitos negócios e muitos amigos na Rússia, com Putin à cabeça da longa lista, e durante a campanha eleitoral, não se eximiram de trocar lisonjas entre eles. O populismo sustentado no exacerbamento do nacionalismo, que garante a Putin o poder na Rússia e a ambição de a tornar outra vez grande tem a mesma índole daquele que tuíta Trump.
Porém, o nacionalismo exacerbado em populismo necessita de se alimentar num inimigo externo. Trump escolheu a China, desfraldando a bandeira do proteccionismo para erguer barreiras ao comércio e à circulação de pessoas, e, por tabela, abanar a ainda inacabada estrutura europeia criticando-lhe a perda das identidades nacionais, a permissividade da circulação de pessoas e o disponibilidade no acolhimento de refugiados.
Desta vez não virão da América os exércitos libertadores das amarras forjadas pelos nacionalismos endémicos no velho continente. A Srª. Theresa May já anunciou que vai forçar um "Brêxit" duro, ameaçando competir com as armas usadas pelos paraísos fiscais. Trump aplaude e augura um desmembramento da União Europeia, Le Pen rejubila, Putin conta com o apoio incondicional do homem soviético, que muitos distraidamente julgaram acabado, para recuperar a influência de Moscovo sobre o leste europeu sem rumo.
Pela primeira vez na história, os Estados Unidos da América, por vontade de Trump, estarão do lado daqueles que pretendem a fragmentação do ocidente europeu.
Cúmplices, admiradores ou simplesmente tácitos aliados, não faltam deste lado do Atlântico a Putin e a Trump.
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Correl.- Trump apossa-se
Correl.- Trump apossa-se
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