Mrs. May irá na próxima sexta-feira reunir-se com Mr. Trump em Washington. Será o primeiro líder estrangeiro a encontrar-se com o novo presidente dos EUA. Era esperável, Trump iniciou o seu discurso de posse garantindo determinar o futuro da América e do mundo durante muitos anos:
"We, the citizens of America, are now
joined in a great national effort to rebuild our country and restore
its promise for all of our people. Together, we
will determine the course of America and the world for many, many years
to come."
E o vassalo mais chegado apressa-se a reconhecer e a prestar vassalagem ao poder do suserano que supõe presidir aos destinos de toda a humanidade. May, na oportunidade, solicitará a Trump algumas concessões, geralmente atendidas aos mais próximos.
Segundo o FT de anteontem - Theresa May set for ‘frank’ discussions with Donald Trump - a primeira ministra britânica pretende abordar na audiência com Mr. Trump, nomeadamente, a cooperação entre o Reino Unido e os EUA contra o terrorismo e a Nato, tendo Mrs. May destacado, numa entrevista da BBC no sábado passado, as negociações com os membros da UE, no âmbito do Brexit, acerca do sistema de controlo de fronteiras, Interpol e outros assuntos de defesa interna.
Dito de outro modo: Mrs. May pretende assumir-se nas negociações com a UE como portadora dos acordos ou promessas de acordos que tenha obtido junto de Mr. Trump.
Mrs. May irá propor a Mr. Trump, um antecipadamente garantido acordo bilateral de comércio post- Brexit entre o Reino Unido e os EUA, que reforce as antigas relações entre os dois países, e (pasme-se!) convencer Mr. Trump a não minar a unidade da Europa!
Recorde-se que Mr. Trump considerou o Brexit "um grande acontecimento" e disse na semana passada que que os EUA poderão subscrever um acordo com o Reino Unido "muito em breve", expressando cepticismo acerca do futuro da União Europeia, afirmando estar convencido que o Reino Unido não será o único país a abandonar a União Europeia.
Na sexta-feira, dia 20, numa entrevista do Financial Times Mrs. May tinha dito que era importante para os interesses britânicos que o bloco europeu se mantivesse forte. "Pretendo, disse Mrs. May, continuar manter uma associação estratégica conjunta com a União Europeia. É importante por razões de segurança, nos tempos que correm os perigos que defrontamos não recomendam que haja menos cooperação".
Hoje, dia 24, os juízes Supremo Tribunal votaram, cf. aqui (8 contra 3) a obrigatoriedade do parlamento em Londres votar a intenção do governo britânico activar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, primeiro passo para o início das negociações da saída do UK. Mas a aprovação parece estar garantida: a oposição de alguns deputados trabalhistas não será suficiente para rejeitar o Brexit.
Perante uma União Europeia aturdida, enrolada nas suas hesitações e contradições, Trump será mesmo o dono do mundo enquanto os norte-americanos deixarem. Desta vez, talvez, por portas travessas os europeus sejam resgatados de uma auto destruição se a dignidade se voltar a impor na política norte-americana.
Hoje, dia 24, os juízes Supremo Tribunal votaram, cf. aqui (8 contra 3) a obrigatoriedade do parlamento em Londres votar a intenção do governo britânico activar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, primeiro passo para o início das negociações da saída do UK. Mas a aprovação parece estar garantida: a oposição de alguns deputados trabalhistas não será suficiente para rejeitar o Brexit.
Perante uma União Europeia aturdida, enrolada nas suas hesitações e contradições, Trump será mesmo o dono do mundo enquanto os norte-americanos deixarem. Desta vez, talvez, por portas travessas os europeus sejam resgatados de uma auto destruição se a dignidade se voltar a impor na política norte-americana.
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