"O Governo não pode esconder-se atrás do Banco de Portugal", afirmou a líder do Bloco de Esquerda no segundo dia da discussão do "Programa de Governo". Interpelado sobre as dificuldades do Banif e do Novo Banco, o ministro das Finanças tinha remetido para o Banco de Portugal e para o Fundo de Resolução a solução do Novo Banco, e o BE, voltou à carga no dia seguinte relembrando-lhe que "o BE fará a defesa intransigente dos interesses do Estado e do erário público face a uma banca e um regulador que já falharam demais".
Colocado perante a recordatória, o ministro das Finanças respondeu desta vez como quem repete ordem recebida para não se esquecer dela: "a posição do Governo perante o Novo Banco é de protecção sem limites do interesse dos contribuintes e do Estado". Assim será?
O PS, na oposição, criticou repetidamente ( e com razão) a posição do Governo por querer lavar as suas mãos do assunto e endossar todas as responsabilidades para o Banco de Portugal pretendendo fazer crer aos distraídos, que geralmente são mais que os outros, que com esta habilidade protegeria do mais que certo desastre os bolsos dos contribuintes. E não protegeu, porque o défice deste ano vai ficar agravado pelo empréstimo ao Fundo de Resolução e ninguém sabe qual o montante final da factura que vai ser apresentada aqueles que pagam impostos.
Sem saber por onde sair, o ministro das Finanças saiu por onde saíram os seus antecessores quando garantiram que das moscambilhas dos artistas do BPN, BPP, BES, e mais alguns, não resultariam ónus a pagar pelos contribuintes. Viu-se!
O que fará o BE quando um dia estes, não muito distante, o Governo reconhecer que há mais uma factura gorda a pagar pelos portugueses pelas tropelias da banca?
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