Há dias recebi na minha caixa de e-mail uma dessas larachas (que transcrevi integralmente aqui) que circulam na net e com que se desanuviam fugazmente os nossos descontentamentos.
"Um agricultor, apanhado a conduzir embriagado uma
carroça puxada por um burra, na EN 17, em Celorico da Beira, foi
condenado, em processo sumário, a pagar 450 euros de multa, pena que pode ser
substituída por trabalho comunitário, porque trabalha, não vive com
qualquer subsidio do governo.
Foi-lhe ainda aplicada, como pena acessória, a inibição
de conduzir qualquer veículo motorizado por um período de sete meses. A
pena exclui a proibição de o arguido guiar a carroça puxada pela burra, o meio
de transporte que mais utiliza, pese embora ter licença, segundo o próprio,
para conduzir tractores e motociclos.
Até que enfim, funcionou a Justiça : Em
tempo recorde, 8 dias depois foi julgado e condenado."
Li, descontraí, e passei à frente. Fui agora recuperá-lo ao cesto do lixo depois de ler este artigo publicado no Negócios on line.
O caso BPN não é apenas um dos casos com que se enfeita a incompetência da justiça em Portugal e a anestesia que a banalização do crime impune injectou nos portugueses. Aproximam-se tempos complicados, ainda mais complicados, e já se perfilam diversos movimentos reivindicativos liderados pelos do costume, perante os novos governos, sejam eles quais e quantos forem. Mas não há uma, uma sequer, manifestação pública que acorde aqueles a quem compete a administração da justiça em nome do povo do entorpecimento que os tolhe quando os arguidos se transportam em cima de muitos cavalos.
A capacidade de mobilização dos portugueses esgota-se na defesa dos interesses corporativos ou paroquiais.
2 comments:
Os 43% de abstencionistas, mostram que se aparecer alguem que mostre coerência, programa estruturado e bom senso frente aos microfones, teremos alterações .
Idiossincrasias que se mantêm atuais desde os confins dos tempos...
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