Tiveram as eleições legislativas de 4 de Outubro o condão de parecer dividir o eleitorado em duas, e só duas, fileiras ideológicas, esquerda e direita, e fazer desaparecer o centro, aquele conjunto flutuante de dimensão variável, mas sempre considerável, de eleitores que decide os resultados das eleições? Obviamente, não.
O centro existe, e não será agora menor que antes. Uma grande parte dos eleitores não decide confiar o seu voto em função de fidelidades ou simpatias partidárias mas consoante as circunstâncias que influenciam ou que eles presumem influenciar os seus próprios interesses no momento em que votam. Se muitos eleitores votam por inteira dedicação partidária sempre no mesmo partido, independentemente dos gostos ou dos desgostos que essa dedicação lhes dê, outros muitos votam movidos por promessas que ouvem a uns ou contra as medidas adoptadas ou não adoptadas por outros. Da direita terão voado para a esquerda nas últimas eleições mais de 750 mil votos. Mudaram de cor? Não mudaram, mudaram transitoriamente de campo.
Votam os eleitores nos partidos?
Ou votam nos candidatos a deputados?
Ou votam nos candidatos a primeiro-ministro?
Esta questão, suscitada pelos resultados eleitorais de 4 de Outubro, incendiou as discussões entre os vencedores da esquerda e da direita, já que desta vez ninguém perdeu as eleições. E, no entanto, se perguntarem ao cidadão comum os nomes dos deputados candidatos na lista em que votou é muito provável que a esmagadora maioria não consiga recordar-se de mais que um ou dois nomes, e quase sempre o cabeça de lista, candidato a primeiro-ministro. Os eleitores, por dedicação partidária ou opção circunstancial, votam num dos partidos constantes do boletim de voto, independentemente dos deputados propostos.
O centro não desapareceu, o centro não votou em deputados, o centro anda por aí, dum lado e doutro da barricada, pronto a trocar de posições quando as circunstâncias os impelirem a saltar. A esquerda e a direita são bem menores do que querem acreditar ser.
Votam os eleitores nos partidos?
Ou votam nos candidatos a deputados?
Ou votam nos candidatos a primeiro-ministro?
Esta questão, suscitada pelos resultados eleitorais de 4 de Outubro, incendiou as discussões entre os vencedores da esquerda e da direita, já que desta vez ninguém perdeu as eleições. E, no entanto, se perguntarem ao cidadão comum os nomes dos deputados candidatos na lista em que votou é muito provável que a esmagadora maioria não consiga recordar-se de mais que um ou dois nomes, e quase sempre o cabeça de lista, candidato a primeiro-ministro. Os eleitores, por dedicação partidária ou opção circunstancial, votam num dos partidos constantes do boletim de voto, independentemente dos deputados propostos.
O centro não desapareceu, o centro não votou em deputados, o centro anda por aí, dum lado e doutro da barricada, pronto a trocar de posições quando as circunstâncias os impelirem a saltar. A esquerda e a direita são bem menores do que querem acreditar ser.
2 comments:
Quase ninguem dá valor aos 43% dos abstencionistas; mas fazem muito erro de tudologo, por nãos os tentarem incluir e interpretar.Será que os abstencionistas são sempre os mesmos ou entram e saem na mesma como os ditos que foram para esquerda ou direita?
Bem dito.
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