Há muita gente entre nós que aponta o dedo acusador aos gregos como se vivesse num país de elevado grau de cumprimento cívico. O que, lamentavelmente, não é confirmado por relatórios de avaliação dos índices de corrupção.
"Os investidores e
observadores estrangeiros continuam a ver Portugal como um dos países
com mais corrupção na Europa. É esse o resultado do último barómetro da
Transparência Internacional com o Índice de Percepção da Corrupção."- aqui, p. e.
Por outro lado, só ignora quem quer, o cumprimento das obrigações fiscais ainda é geralmente considerado em Portugal uma inevitabilidade ou uma mania que atinge sobretudo os tansos fiscais.
Olhando a escada do sucesso político ou empresarial, só não vê quem não quer ver a sucessão de escândalos financeiros protagonizados por gente fina ou afinada.
Do lado empresarial, entre muitos outros, Ricardo Salgado e companhia, Oliveira e Costa e a sua trupe, Jardim Gonçalves e a sua roda de inocentes, Zeinal Bava, Henrique Granadeiro, constituem só por si um conjunto com peso bastante para colocarem Portugal em lugar cimeiro de um ranking de imoralidade grandiosa.
Do lado político,o ex-primeiro ministro está em prisão preventiva (erradamente, talvez), o actual embrulhou-se em actividades empresariais dúbias e não cumpriu, por esquecimento ou falta de dinheiro, as suas obrigações fiscais em tempo devido.
Escrevo este apontamento a propósito da intervenção da srª. Fátima Bonifácio num programa televisivo ontem à noite. Garantia, afogueada, a historiadora que os gregos (por idiossincrasia) não cumprem as suas obrigações fiscais nem aceitam regras que lhes imponham esse cumprimento. E que, se a posição geográfica da Grécia é (ainda) muito relevante do ponto de vista militar deve a Europa rever as linhas por onde deve passar a sua defesa estratégica.
É a opinião da srª. Fátima Bonifácio assim tão importante que me imponha perder tempo com ela? Só é na medida em que ela resume a opinião de todos aqueles, e que são muitos, que querem convencer-nos que os gregos andam por lá escandalosamente nus e por cá todos nós bem vestidinhos, graças ao bom Deus.
2 comments:
Apoiado; no entanto tendo visitado a Grecia muitas vezes há uma pequena diferença entre os gregos e a sua peculiar maneira de aceitar a democracia(há ruas em que so passam os da cor), bem como a crença de que não se deve pagar impostos porque os ricos armadores também não pagam. Se se lembra do que era a pratica de passar uma nota por baixo de há trinta anos,não precisa de ir a Grecia confirmar.Quando puder confirme como funcionam os serviços de saúde.E não existe registo ou IMI.
Obrigado pelo contributo.
Os gregos não são os inocentes nesta tragédia sem inocentes.
Mas é, no mínimo, ridículo que sejam os portugueses a pretender dar-lhes lições de civismo.
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