Thursday, July 09, 2015

LA DONNA È MOBILE

Dona Christine Lagarde tem dias. 
As notícias desta manhã dão conta que a directora-geral do FMI declarou ontem que a dívida da Grécia tem de ser reestrurada e que os gregos precisam de mais 50 biliões de euros para se desatascarem e levantarem a cabeça. 
Espantoso?

Um pouco, mas não tanto assim.
Sua Excelência tem vindo ao longo do seu mandato a dar provas de ter a cabeça mal arrumada: umas vezes bate-se por medidas de políticas austeridade, depois afirma que essas medidas foram longe de mais e não resultaram, depois volta a insistir que sem mais medidas de austeridade não há mais apoio do FMI, recentemente avisou a Grécia de que ou pagava no dia 30 de Junho os 1,5 milhões devidos nesse dia ou cortava-lhe a coleta. 
Nunca se tinha visto nada assim: um país, dito desenvolvido, não pagou mesmo. 

Dias depois, foi publicado um relatório do FMI, - vd. aqui -, que os países da Zona Euro quiseram bloquear- vd. aqui -, que reconhecia, além do mais, que a dívida grega requer uma reestruturação e o sistema financeiro grego uma injecção de 50 milhões de euros. Tal e qual o que a srª. Lagarde disse ontem, sendo certo que quando ainda dizia o contrário o relatório já lhe tinha sido distribuido. 

É a senhora Lagarde volátil por conta própria? Duvida-se. Desde logo porque as contradições entre relatórios do FMI e as declarações e imposições dos seus técnicos integrados na troica são frequentes. Depois porque Madame Lagarde deve ter recebido indicações para olhar para o mapa e perceber onde se situa a Grécia.

A rematar as suas declarações, Christine Lagarde fez questão de esclarecer que as medidas de excepção aplicáveis à Grécia não podem ser estendidas aos outros países intervencionados, i.e., Portugal e a Irlanda.

O que dirá o primeiro-ministro de Portugal a isto?
E o candidato ao lugar?



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