Nos EUA, a maior parte dos estudantes das escolas públicas vive agora em situação de pobreza, lê-se no Washington Post de hoje.
Pela primeira vez nos últimos 50 anos, a maioria dos estudantes das escolas públicas, desde o pré-primário até ao 12º. ano, são de famílias de baixos rendimentos, segundo uma análise realizada a nível federal em 2013, pelo que 51% estão abrangidos pelos programas de distribuição de almoços gratuitos ou a preços reduzidos.
"Todos sabíamos, pela tendência que vinha sendo observada, que isto iria acontecer, mas não esperávamos que acontecesse tão cedo" "a pobreza tem vindo a aumentar mesmo em situação de crescimento económico" "muita gente rica continua enriquecer enquanto os pobres estão cada vez mais pobres", disse o director executivo da "Campaign for Educational Equity at Teachers College" da Universidade Columbia, Michael A. Rebell.
No Congresso, os líderes republicanos argumentam que o problema não se resolve com a atribuição de mais fundos mas com a distribuição de vouchers que permitam a frequência em escolas privadas, e opõem-se às propostas do Presidente Obama de acesso gratuito à pré-escolaridade, ainda que alguns governadores de estados, republicanos e democratas, tenham iniciado programas deste tipo já há alguns anos.
O relatório agora publicado, aparece no momento em que no Congresso começa o debate sobre a revisão da legislação federal para a educação, inicialmente aprovada durante a presidência de Lyndon B. Johnson como parte da "Guerra à Pobreza" com o objectivo de promover a educação dos mais pobres.
Michael A. Rebell concorda que é necessário aumentar a qualidade do ensino mas é primordial evitar as sequelas da pobreza, a fome, a saúde física e mental, sendo necessário garantir programas extra-escolares, programas de verão, envolvimento dos pais, e apoios desde a primeira infância.
Argumentos que os republicanos refutam mas que, espantosa mas reconhecidamente, se suportam, geralmente, nos votos dos eleitores dos estados do sul onde os níveis de pobeza são mais elevados. (Vd. mapa interactivo no artigo citado).
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