Tinha-me prometido não voltar a anotar neste bloco de notas mais qualquer apontamento sobre a batota que envolve a PT SGPS, a PT Portugal, o BES, o GES, a Rioforte, a Oi, o sr. Zeinal Bava, o sr. Granadeiro, e todos os seus acompanhantes na golpada. Quanto mais se mexe no gato fedorento mais mal ele cheira. Mas ontem houve uma vaga torrencial de declarações sobre estes molhos de escândalos, e é forçoso deixar aqui os links, que se espera não sejam apagados tão cedo, para memória futura.
Logo, de manhã, soube-se que o sr. Henrique Granadeiro tinha saído do casulo para onde entrara quando foi apanhado com o rabo do escândalo do empréstimo de 900 milhões à Rioforte na boca. Saiu, e disse que defende fim da fusão entre PT e Oi, alegando que, afinal, foi a Oi, por intermédio da sua participada PT Portugal emprestou à Rioforte o famigerado empréstimo! Desta, suponho, é que ainda ninguém se tinha lembrado. Lembrou-se ele, mas só agora por quê? À tarde a Oi fez saber que vai processá-lo pela carta enviada à CMVM.
Entretanto, o presidente da mesa da assembleia geral da PT SGPS, Menezes Cordeiro, afirmava que accionistas da PT ficariam com tudo a ganhar com a reversão do negócio.
A administração da PT SGPS, por seu lado, ou pelo dado da Oi?, garantia que a venda da PT Portugal impede responsabilização da Oi , admitia acções judiciais contra responsáveis do empréstimo à Rioforte
Em conclusão, irrefutavelmente a administração da PT SGPS defende as pretensões e as alegações da Oi.
Hoje a Oi veio novamente à porta do buraco para afiançar que a venda da PT Portugal não afecta princípio da fusão.
Porquê ou como, não diz. E não diz porque é muito óbvio que com a venda da PT Portugal à Altice o princípio da fusão escapa-se pelo esgoto juntamente com as burlas com que este conjunto de escândalos se tece.
Também se soube, aliás, também foi actualizado o valor que o fundo estabilização da Segurança Social já perde (quase 100 milhões de euros) com a desvalorização da PT.
Seguramente, o inteligente que decide as opções de investimento do fundo da Segurança Social desconhecia que a PT aplicava na Rioforte valores que nenhuma gestão financeira minimamente capaz podia justificar. Porque não se deu ao trabalho de analisar as contas da PT ou porque as contas da PT eram tão herméticas ou tão falseadas que o inteligente não lobrigou o logro?
Não sabemos, muito provavelmente nunca nos irão dizer, mas deveriam dizer, a Segurança Social é uma instituição pública e obrigada ao dever da informação dos resultados dos actos que pratica. Se a Segurança Social foi ludibriada pelas práticas de omissão ou sonegação de informação relevante pela administração da PT, vai a Segurança Social exigir os reparos devidos pelas consequências de tais práticas?
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*Cronologia das relações entre a PT e o GES que culminaram com o investimento na Rioforte
Act. (16/1) - Logo após a edição deste apontamento recebi comunicado ao mercado de informação enviada, com data de ontem, à CMVM. Está aqui.
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A FRASE DO ANO- ACORDO ORTOGRÁFICO
"É impossível escrever corrupto sem PT"
Claudio Tognolli, jornalista brasileiro
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