Merkel atacou no seu discurso de Ano Novo a vaga populista da direita e, nomeadamente, os organizadores dos recentes protestos anti-islâmicos na Alemanha, frequentemente pejados de "preconceitos e de ódios, até". Hollande bateu palmas e disse o mesmo. Giorgio Napolitano, agora com 89 anos, juntou-se ao trio no seu anúncio de resignação próxima, denunciou o alastrar dos crimes de corrupção e o perigo dos populistas que reclamam a saída da Itália do euro.
Congratulou-se Merkel com a performance da economia alemã em 2014, com o emprego a atingir níveis máximos e a garantia de que em 2015 a Alemanha atingirá um défice de zero por cento. Entretanto, o BCE reviu em baixa as previsões de crescimento na zona euro para 1% este ano (anterior 1,6%) e as estimativas em 2014 para 0,8%.
Antes do Natal soube-se que a economia dos EUA terá crescido 5% no terceiro trimestre.
Na Europa alastram os movimentos nacionalistas, na maior parte dos casos turbinados por ressentimentos chauvinistas, xenófobos e racistas.
E não há racismo nos EUA? Há racismo em toda a parte. Como em tudo, o problema é a densidade em cada caso. E, muito claramente, os líderes europeus, com particular destaque para Ângela Merkel, tardam em reconhecer que não é com o arremesso de mensagens de moralidade que vão evitar o desmoronamento de um edifício cada vez mais desunido.
O embevecimento de Markel pelo défice zero do orçamento alemão no ano que hoje começa é a prova mais saliente de uma persistência obtusa.
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