Paul Krugman tem sido muito persistente na crítica às opções de política orçamental adoptadas na Europa, e sobretudo na Zona Euro, para enfrentar a crise que irrompeu há seis anos atrás. É incontável o número das suas intervenções públicas no sentido de demonstrar que a Europa se atola cada vez mais no caminho que escolheu. À medida que o tempo passa, as suas críticas, os seus alertas, (e os de outros que têm assestado as suas posições em sentidos idênticos) têm-se provado certeiras. Hoje, publica aqui "Replaying the 30s in Slow Motion"
concluindo que, se na década de 30 a Europa emergiu da crise politicamente fragilizada (a segunda grande guerra começaria poucos anos depois) a recuperação económica tinha ultrapassado o ponto de partida cinco anos após o início da recessão. Desta vez, as medidas adoptadas para o controlo da crise financeira impediram que a recessão fosse menos cavada e os conflitos sociais melhor dominados mas a evolução da produção agregada está estagnada abaixo dos valores observados antes do período homólogo.
Quem terá de mudar?
Obviamente, o governo de Berlim. Mas não só. A União Europeia, e em particular a Zona Euro, é um clube que, como qualquer clube, só pode perdurar (e ganhar) se houver um conjunto fundamental de princípios respeitados pelos seus membros. Ouve-se com alguma frequência afirmar que "não pode a Alemanha pretender germanizar a Europa" porque os povos europeus têm culturas diferenciadas e não podem pretender impor uns os seus valores culturais a outros. O que sendo do mais elementar bom senso não pode alijar outro bom senso igualmente elementar: o de que a perdurabilidade da permanência de um sócio num clube, qualquer que ele seja, depende da sua aceitação das regras fundamentais comumente aceites.
Espera-se que da situação ilustrada no gráfico hoje publicado por Krugman o governo de Berlim retire a conclusão que os alicerces da União estão a ser minados pela estagnação e a sua inflexibilidade terá de ceder se a Alemanha pretender participar na unidade europeia.
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Correl.- (18/9) Yellen considera que baixo crescimento da Europa ameaça a economia global
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