Pasmo com a convencida capacidade que têm alguns críticos, comentadores, analistas ou com outras correlativas ocupações, portugueses, para se abalançarem a avaliar a exequibilidade ou a demagogia das propostas de um candidato à presidência dos EUA, numa matéria, como energia, que pressuporia um conhecimento que evidentemente não têm.
Aliás, se a proposta fosse tão irrealista e tão pouco razoável, o candidato opositor, e o seu staff, certamente lhe chamariam um figo e lhe torceriam o pescoço com o maior gosto. Sem ajuda destas competências lusas, que eles, muito provavelmente, nunca imaginariam que pudessem existir.
O que eu sei é que os EUA (e todo o mundo dependente do petróleo) têm urgentemente de soltarem-se das amarras que os ligam a países e personagens pouco dignos. E 10 anos não é pouco, é muito. O problema é que, provavelmente, não pode ser menos.
Na proposta daqueles que se propõem substituir a administração incumbente (Obama não está obviamente só) está um pressuposto que é uma clivagem com o passado: Vamos libertar-nos da dependência do petróleo alheio para podermos deixar de ter de impor a nossa presença nos locais onde nos abastecemos.
A proposta transcende em muito o objectivo energético porque é sobretudo o enunciado de uma medida de segurança diferente.
Nunca as administrações anteriores a Bush formularam explicitamente qualquer objectivo que pudesse vir a tornar obsoleta a Doutrina Carter* enunciada em 1980, e que relembrava toda a política dos EUA para a área do golfo desde o início do século passado. A intervenção de Bush no Iraque tem de ser vista como uma continuação, exacerbada se se quiser, de uma estratégia antiga e nunca abandonada, e sempre reactualizada.
De modo que onde alguns vêm uma proposta para americano ver (quando é que os europeus deixam de pensar que os americanos são uns ingénuos?), sem pernas para andar, está um objectivo de uma Nação que quer pensar a sua política de defesa de uma forma totalmente diferente.
E nós, quando é que nos vamos tornarnos independentes do petróleo? Valia a pena trocar umas impressões sobre o assunto. Perante objectivos que lhe mudem o cenário, o português geralmente diz logo: É impossível. E cuida que assim deverão pensar os outros.
Aliás, se a proposta fosse tão irrealista e tão pouco razoável, o candidato opositor, e o seu staff, certamente lhe chamariam um figo e lhe torceriam o pescoço com o maior gosto. Sem ajuda destas competências lusas, que eles, muito provavelmente, nunca imaginariam que pudessem existir.
O que eu sei é que os EUA (e todo o mundo dependente do petróleo) têm urgentemente de soltarem-se das amarras que os ligam a países e personagens pouco dignos. E 10 anos não é pouco, é muito. O problema é que, provavelmente, não pode ser menos.
Na proposta daqueles que se propõem substituir a administração incumbente (Obama não está obviamente só) está um pressuposto que é uma clivagem com o passado: Vamos libertar-nos da dependência do petróleo alheio para podermos deixar de ter de impor a nossa presença nos locais onde nos abastecemos.
A proposta transcende em muito o objectivo energético porque é sobretudo o enunciado de uma medida de segurança diferente.
Nunca as administrações anteriores a Bush formularam explicitamente qualquer objectivo que pudesse vir a tornar obsoleta a Doutrina Carter* enunciada em 1980, e que relembrava toda a política dos EUA para a área do golfo desde o início do século passado. A intervenção de Bush no Iraque tem de ser vista como uma continuação, exacerbada se se quiser, de uma estratégia antiga e nunca abandonada, e sempre reactualizada.
De modo que onde alguns vêm uma proposta para americano ver (quando é que os europeus deixam de pensar que os americanos são uns ingénuos?), sem pernas para andar, está um objectivo de uma Nação que quer pensar a sua política de defesa de uma forma totalmente diferente.
E nós, quando é que nos vamos tornarnos independentes do petróleo? Valia a pena trocar umas impressões sobre o assunto. Perante objectivos que lhe mudem o cenário, o português geralmente diz logo: É impossível. E cuida que assim deverão pensar os outros.
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* "Let our position be absolutely clear. An attempt by an outside force to gain control of the Persian Golf region will be regarded as an assault on the vital interests of the United States of America, and such an assault will be repelled by any means necessary, including military force" (1980)
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