O Banco de Portugal, de banco emissor, tendo perdido a função de emissor de moeda, é agora só emissor de opiniões. Este governo, no início do seu mandato, entendeu por bem encomendar ao governador do nosso ex-banco central uma opinião acerca do real déficit das contas públicas herdado do governo anterior. O resultado foi apreciado e, por essa razão ou outras, o governador
viu o seu mandato renovado.
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Agora o Banco de Portugal acolhe no seu Boletim Económico da Primavera as críticas que têm surgido da parte de várias instituições internacionais ao regime da legislação laboral portuguesa, imputando-lhe a responsabilidade maior pelo não crescimento da produtividade e o desincentivo ao investimento. Por outro lado, o crescimento dos salários acima do crescimento da produtividade, tem vindo a reduzir significamente a competitividade das empresas portuguesas, contribuindo para o aumento do desemprego.
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Numa altura em que a CGTP prepara a convocação de uma greve geral em "protesto das medidas neo-liberais deste governo", terá o governador recebido nova encomenda ou as coincidências não passam apenas disso?
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Porque a análise que o Banco de Portugal faz neste seu Boletim das consequências perversas da rigidez laboral estão longe de constituir uma novidade. Por que é que só agora o Banco de Portugal decidiu adoptá-las? A confirmarem-se as opiniões mais perfilhadas de que a rigidez laboral correlaciona-se com o aumento do desemprego, é muito estranho que o Banco de Portugal tenha acordado tão tardiamente para este lado.
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Mas já se sabe: Quem pouco faz menos lhe apetece fazer. No Banco de Portugal ganha-se muito bem e é uma alegria.
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Banco de Portugal pede alteração à lei laboral para maior produção
O Banco de Portugal defendeu ontem que as empresas têm maiores dificuldades em adaptar-se à evolução da actividade económica devido à regidez do mercado de trabalho. E defendeu que a introdução de uma maior flexibilidade levaria a uma aceleração da produtividade nacional. No Boletim Económico da Primavera, destinado a avaliar a evolução da economia portuguesa durante o ano passado, o banco salientou a manutenção do crescimento da produtividade portuguesa a um nível muito baixo. E, com uma insistência pouco habitual nos seus relatórios, identificou a "rigidez no funcionamento dos mercados, em particular do mercado de trabalho", como uma das razões para este resultado. Publico - Economia, 18/04/2007
O Banco de Portugal defendeu ontem que as empresas têm maiores dificuldades em adaptar-se à evolução da actividade económica devido à regidez do mercado de trabalho. E defendeu que a introdução de uma maior flexibilidade levaria a uma aceleração da produtividade nacional. No Boletim Económico da Primavera, destinado a avaliar a evolução da economia portuguesa durante o ano passado, o banco salientou a manutenção do crescimento da produtividade portuguesa a um nível muito baixo. E, com uma insistência pouco habitual nos seus relatórios, identificou a "rigidez no funcionamento dos mercados, em particular do mercado de trabalho", como uma das razões para este resultado. Publico - Economia, 18/04/2007
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