Durão Barroso fez da proposta Frasquilho de redução de impostos um dos seus "slogan" para vencer as eleições. Ganhas as eleições, à custa desta e de outras promessas, cedo se resignou a proceder ao contrário, e aumentou-os por proposta de Ferreira Leite. Pouco tempo depois desertou para Bruxelas. Marques Mendes volta agora ao tema, certamente relembrado por Frasquilho.
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Baixar os impostos é uma boa ideia mas demasiado batida. O que acontece às boas ideias sem ponta de originalidade é que são, invariavelmente, mais teimosas que os burros: por muito que se lhes puxe pelo cabresto não saem do mesmo sítio.
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Se saissem, se fossem dóceis e cordatas, se não impusessem esforços insuportáveis nem tivessem efeitos colaterais, se fosse só uma questão de chamá-las pelos nomes e elas viessem até nós por submissão canina, não havia boas ideias que não fossem adoptadas, se acaso lhes faltasse por qualquer razão estranha paternidade biológica.
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Mas não. Há boas ideias à espera de adopção, mas são insuportavelmente exigentes. A redução dos impostos exige:
- Ou que se reduza a despesa;
- Ou que aumente o déficit;
Partindo do princípio que Marques Mendes/Frasquilho não sugerem a segunda opção, resta escolherem:
- Reduzir ainda mais o investimento público;
- Reduzir os encargos com o pessoal da administração pública;
- Cortar nos subsídios às empresas públicas;
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Admita-se, para exaustão de possibilidades, que existem outras. Em qualquer caso, contudo, deveriam MM/F dizer que ideia têm para por onde cortar. E talvez essa "ideia", que não seria boa para toda a gente, tivesse o aplauso da maioria e pés para andar.
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Aquela em que insistem , é boa, mas não sai do sítio. Nem quando forem governo, se alguma vez forem.
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