É pelo Iraque que vai, forçosamente passar, a maior discussão, mas não porventura a maior clivagem, durante as primárias para as eleições presidenciais no final do próximo ano; Os candidatos não poderão esquivar-se à proposta de uma estratégia para a resolução de uma questão que todos os adversários da actual adimistração Bush criticam, sem avançar, no entanto, com alternativas concretas.
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As tropas norte-americanas estão no Iraque, mas dificilmente poderão sair de lá enquanto os interesses americanos ( e do mundo que se abastece de petróleo naquela área do globo) não estiverem garantidos. Essa garantia, contudo, não vai poder realizar-se com a consolidação de um regime democrático no país. A implantação da democracia não pode nunca realizar-se num contexto onde se defrontam facções inimigas sedentas de vingança, e o Iraque é um país congenitamente irremediavelmente fracturado.Uma solução estável, é lamentável reconhecê-lo, passa por um regime autocrático fiel aos EUA. De resto, de forma mais ou menos evidente, é o que se passa nos outros países do Golfo abençoados com jazidas de crude.
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Em qualquer caso, se as tropas norte-americanas retirarem, retirarão para países ou porta-aviões vizinhos.
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Uma consequência imediata desta inevitabilidade é o consenso no reconhecimento de que os EUA terão urgentemente de criar alternativas energéticas que os tornem menos dependentes do crude do Golfo, criando ao mesmo tempo condições para a redução dos efeitos poluentes da utilização dos combustíveis fósseis, questão que até agora vinha sendo desconsiderada pela actual administração americana.
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Os dois artigos que transcrevo entre estas minhas reflexões são elucidativos acerca da impossibilidade dos norte-americanos se desenvencilharem, ainda por largo tempo, do "dirty job" em que se envolveram e da evolução da sua consciência colectiva para as vantagens de um mundo mais limpo.
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