Tuesday, January 12, 2016

OS EFEITOS PRECOCES DA CRISE DA MEIA IDADE DE TIAGO BRANDÃO RODRIGUES

Quando há pouco mais de um mês diagnostei aqui um sintoma da crise da meia idade em Tiago Brandão Rodrigues não esperava que os efeitos começassem a fazer-se sentir tão cedo.  O ministro novo da Educação tinha, à partida,  a vida descomplicada pelos compromissos assumidos no âmbito dos acordos bilaterais que permitiram a nomeação do sr. António Costa como primeiro-ministro. Bastava-lhe despachar em conformidade e acabar com os exames de alunos e professores, o sr. Mário Nogueira ficaria sossegado por uns tempos, e quem não concordasse já teria discordado dos termos dos acordos.

Mas Tiago Brandão Rodrigues, apanhado pela crise da meia idade, não se ficou por aí, recorreu ao Conselho Nacional da Educação para um parecer sobre o assunto, e espalhou-se: o CNE defendeu a manutenção das provas no 6º. e no 9º. ano com peso na classificação final dos alunos e a maioria dos professores ouvidos pelo CNE queria a manutenção dos exames de português e matemática no 4º. ano. 

Colocado entre as exigências do sr. Nogueira e o parecer do CNE, T B Rodrigues optou por uma saída apressada que está a ser generalizadamente criticada por professores, directores de escolas e pais dos alunos. Por um lado, impõe que as alterações tenham efeitos imediatos, a meio do ano escolar, do que, se o sr. Marcelo Rebelo de Sousa não fosse candidato a PR, diria "não lembraria ao careca". Depois, acaba com as provas de avaliação, como mandou Nogueira, mas inventou outras, de aferição, a primeira das quais é realizada logo no 2º. ano de escolaridade. A reforma do ministro anterior foi completamente varrida para entrar em vigor, em passo de corrida, a 15ª alteração em 16 anos dos exames no ensino básico. 

Não é por acaso que Portugal apresenta, vd. aqui, um tempo médio baixo de escolaridade ainda que seja normal o tempo institucionalmente pretendido.

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