O Governo anunciou ontem, vd. aqui, que vai "mandar suspender com efeitos imediatos o processo de obtenção de visto prévio" para os contratos de subconcessão dos transportes públicos de Lisboa e Porto, para evitar que entrem em vigor.
Nada mais esperável desde a assinatura do acordo de troca do suporte, com prazo precário, do PCP ao Governo PS pelo compromisso indeclinável deste governo adoptar as medidas constantes do caderno de encargos apresentados pelos comunistas.
Ouvido o representante dos sindicatos de trabalhadores do sector, a reacção à notícia de suspensão do processo de privatização da gestão dos transportes públicos foi contida: muito bem, a reversão dos contratos de subconcessão a privados estava garantida pelo compromisso assumido pelo PS mas a intenção manifestada antes por este partido de entregar a gestão dos transportes públicos colectivos às autarquias só pode merecer a rejeição dos sindicatos.
É óbvio: A gestão autárquica dos transportes públicos (ou do ensino primário e secundário) quebraria (quebrará) a frente comum da sua desmesurada força colectiva, que, para continuar a ultrapassar, de longe, a implantação política do PCP precisa de continuar a colocar em posição de refém, sempre que lhe convenha, o governo central. O anúncio de várias greves no sector dos transportes públicos nos próximos dias confirma a recuperação do ânimo, ou da animosidade, da Intersindical.
Cederá o PS também neste ponto, continuando a aceitar a desfiguração dos objectivos que propôs ao eleitorado? É mais que certo. Com o cavalo a meio do rio, entre avançar ou recuar a tentação para avançar é comandada pelo instinto de sobrevivência.
Não há governo de esquerda, afirmava há dias atrás, o secretário-geral do PCP. E acrescentava, procurando corrigir o que para aí se diz: não há nenhuma união das esquerdas.
Gente séria, esta gente do PCP. Não andam cá para enganar ninguém.
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Correl . "Aquilo que o PCP não está disponível para apoiar é também, é preciso ser claro, aquilo que nós não estamos disponíveis para propor" - A. Costa /aqui
Gente séria, esta gente do PCP. Não andam cá para enganar ninguém.
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Correl . "Aquilo que o PCP não está disponível para apoiar é também, é preciso ser claro, aquilo que nós não estamos disponíveis para propor" - A. Costa /aqui
2 comments:
Não é de esquerda, mas é das esquerdas. O PC, só se fosse masoquista, é que não aproveitava a boleia gratuita do A. Costa. Durante algum tempo, irá obtendo o que quer. Depois, irá à sua vida. e todos compreenderão.
Caríssimo,
A afirmação foi feita pelo sr. Jerónimo de Sousa. Quem sou eu para o contrariar?
Quanto à compreensão, estamos de acordo: só não entende quem não quer ou porque não lhe convém compreender. Não é caso raro.
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