Wednesday, February 04, 2015
DE MÃOS DADAS
Estimado António,
Posso também ter, e tenho, as minhas dúvidas acerca do rato que vai sair da montanha, mas não podemos deixar de reconhecer que negociações são feitas de avanços e recuos.
Desagrada-me muito a ideia de ter de pagar para os gregos. Aliás, se as estatísticas da ONU (PNUD), do FMI e da CIA, entre outras, estão correctas,o rendimento médio per capita grego, em termos de paridade de poder de compra, é agora equivalente ao português, apesar do trambolhão que eles deram (-25%) ter sido muito superior ao que demos nós (-6%).
Parece-me, no entanto, que não devem subestimar-se as propostas que colocaram em cima da mesa: pagam a dívida consoante lhes permitir o crescimento económico. Pode ser de outro modo?
Alguém alguma vez pagou a outrem se não tiver com quê?*
E, repara aqui como já andam de mãos dadas.
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* Excluindo propostas ultrajantes como as de dois deputados alemães, um liberal, outro democrata-cristão, que em Março de 2010 - vd. aqui - defenderam que a Grécia deveria vender as ilhas para reduzir o défice orçamental.
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Em 1953, a delegação alemã assina o acordo que lhe perdoaria parte da dívida e lhe atribuiria juros favoráveis para pagar o restante. Hoje, a Alemanha é a principal credora de países como a Grécia ou Portugal e é contrária a um perdão dessa dívida - c/p aqui
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Correl .
- Yanis Varoufakis : Confessions of an Erratic Marxist /// 14th May 2013
- Refém de Atenas
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2 comments:
Vale a pena ser cauteloso. Alguns apressados dirigentes de agremiaçoes nacionais desataram a defender posições que agora o proprio Syriza já abandonou.Nada como ir ler o PREC
Caro Rui:
Duas notas apenas
1. Claro que para poder pagar é preciso crescimento. Acontece que não vi ou li ou ouvi qualquer proposta grega que viesse de encontro a esse objectivo. A única proposta é ou não pagar, ou renegociar, conforme os dias, ou taxas nulas, ou "perpetuizar" a dívida, para além de exigirem mais fundos.
Eles exigem, mas não dão qualquer contrapartida.
Quando disserem algo, então falaremos.
2. Eu não sou defensor da Alemanha. Mas a Alemanha, como contribuinte líquido da antiga CEE e da actual UE, já entregou mais fundos aos países beneficiários do qe os que lhe foram perdoados. Também aí o saldo está a seu favor. Como tal, não é argumento, ou então volta-se ao contrário.
E ainda tem a seu benefício o facto de continuar a doar fundos quando tem no seu território zonas (da ex-Alemanha Oriental) onde o rendimento p.c. é inferior à média europeia.
O seu a seu dono, pois.
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