"Os imperativos da hora e os interesses do País não permitem ainda atenuar disciplinas da austeridade e a rudeza dos sacrifícios" ..."O volume dos encargos e a limitação dos recursos exigem sacrifícios fiscais, restrições nos serviços, severidade nos gastos"... "Os dinheiros da Nação, em consequência da maior pressão fiscal suportada, embora possam vir a diluir-se pelo acréscimo do produto nacional, têm como contrapartida as exigências de parcimónia, o rigor intransigente da aplicação" .
- do discurso de Ulisses Cortês na tomada de posse como ministro das Finanças em meados de Junho de 1965.
Ulisses Cortês sucedia a Pinto Barbosa, que se mantivera no cargo durante os dez anos anteriores, foi exonerado do cargo três anos depois, em Agosto de 1968. Salazar ficaria inválido um mês. Entre as intensões do discurso de Ulisses Cortês, que resumiam os objectivos que Salazar lhe traçara, e os resultados atingidos, nomeadamente no campo da parcimónia dos gastos, observou o ditador uma distância que o levou a enviar a Ulisses o cartão da praxe, de agradecimento pelos serviços prestados.
Até Abril de 74 o ministério teve mais dois ocupantes. Desde então, a austeridade deixou de fazer parte das listas de preocupações dos governos até ao princípio da década de oitenta, quando a fragilidade estrutural das finanças públicas foram abaladas por uma crise mundial dupla. Voltou essa fragillidade a acirrar-se a partir de 2008 num contexto de nova e mais agressiva das economias ocidentais.
Por culpa do estado social ou da ausência de parcimónia na gestão dos dinheiros públicos, que são coisas diferentes ainda que nos queiram fazer crer que são a mesma coisa?
Monday, May 19, 2014
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