Wednesday, May 28, 2014

COM COSTA NADA DE NOVO

Uma das conclusões mais repetidas de alguns comentadores depois da declaração de disponibilidade de António Costa para liderar o PS é a de que com António Costa nada de substancial se alterará na intervenção do PS como alternativa ao actual governo porque, qualquer que seja o líder do PS, na eventualidade de ganhar as próximas eleições legislativas e tornar-se, nesse caso, o próximo primeiro-ministro, não irá, porque não poderá, governar de modo significativamente diferente daquele que tem caracterizado a acção do actual governo.

Esta suposta impossibilidade de alternativa decorrente das circunstâncias impostas pelas sequelas da crise terá sido a principal razão absorvida pelos eleitores para atribuirem uma vitória de Pirro ao PS, para utilizar a expressão do seu fundador, e uma derrota confortável à coligação que suporta o governo. Tal leitura conduz directamente à conclusão dramática de que  se este governo é péssimo não se decortina quem no PS, Seguro, Costa ou qualquer outro, seja capaz de fazer significativamente diferente quando for governo outra vez.

Por que é que, quando A Costa acaba de fazer uma declaração que abala o PS, se lhe cola a mesma dúvida generalizada que paira sobre a capacidade de A Seguro, apesar do apressado rol de  promessas feitas por este à última hora durante o recente período eleitoral?

Só há uma resposta possível: Se A Seguro não teve até agora a capacidade de convencer os portugueses de que é capaz de ser uma alternatível credível a P Coelho, também das intervenções públicas de A Costa não foram apercebidas pela maioria da opinião pública ideias suas para levantar o país.
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PS - (29/5) - Seguro não aceita convocar congresso extraordinário e Costa, por erro na contagem das espingardas, fica pelo caminho. Mas a chegada de Seguro a Setembro do próximo ano como líder vai ser turbulenta. Se, como tudo indica, as sondagens que irão aparecer até ao fim deste ano, não favorecerem a consolidação de Seguro no posto, haverá congresso extraordinário no primeiro trimestre de 2015 e, muito provavelmente, Sócrates voltará em ombros de seguristas, costistas e soaristas. Se assim for, se tudo correr mal, o próximo primeiro-ministro será P Coelho ou J Sócrates.
(previsão isenta de IVA, que, nessa altura, deve ter atingido os 25% )
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Correl. - A direcção do PSOE aceita convocar um congresso aberto"Los barones atienden la iniciativa para que todos los militantes participen en la elección del futuro secretario general"

3 comments:

Fenix said...

Como não há alternativas, para além da obediência cega aos mercados, paremos de fingir que ainda existem ideologias exequíveis, que tenham o ser humano como valor central, e rendamo-nos, de vez, à toda poderosa finança, que é quem nos põe a comidinha na mesa e nos paga o tecto...

Rui Fonseca said...



Fénix,

Presumo que não tenha lido no meu apontamento uma atitude resignação seja ao que for e muito menos à "poderosa finança". O tempo cria sempre alternativas, pode é demorar mais ou menos.

Fenix said...

Claro que não li nada disso...
A minha observação vai para o eleitorado em geral, que ou fica em casa ou vota sempre nos mesmos!