Friday, May 02, 2014

DE ONTEM PARA HOJE

Ao contrário do camarada Abel, que optou por outros percursos até desembarcar em Bruxelas para presidir à Comissão Europeia, o Amigo Fernando C.P. permaneceu no seu posto e não perde oportunidade para denunciar "o poder incontrolado dos monopólios e a perversa aliança com o capitalismo de Estado. O que fazer? Conscencializar o povo. Leva tempo, pois leva, mas não há outro caminho". Um discurso que, inevitavelmente, recorda o camarada "grande educador da classe operária", agora advogado com barriga em curvilínea linha da felicidade. Temas, alguém recordou hoje ao almoço em sede emblemática, que excitavam a generosidade da juventude dos anos 70. 

Ontem, há quarenta anos, todos os que tinham acedido ao palco político e dali se apresentavam aos cidadãos, ainda confundidos com as novas referências desencadeadas a partir de 25 de Abril, estavam ou diziam estar a caminho do socialismo: Sá Carneiro estava a caminho, Freitas do Amaral prometia ir já lá ter, Soares já lá estava  de pedra e cal, Cunhal, desde menino e moço. O camarada Abel era, então, assanhadíssimo devoto de José Estaline, "o maior baluarte socialista", segundo Abel.

Hoje, passados 40 anos, ninguém sabe onde mora o socialismo. 
À excepção do senhor Bernardino Soares que desconfia que ele mora em Pyongyang.

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