Da extensa entrevista dada por Barroso ao Expresso e à Sic notícias, são as declarações do ainda presidente da Comissão Europeia, já depois da entrevista formal, acerca de três reuniões com Vítor Constâncio, que estão a reactivar as discussões sobre as responsabilidades do ex-governador do BP no maior escândalo financeiro de sempre colocado às costas dos contribuintes portugueses.
Barroso - Foi pena não me ter perguntado mais nada sobre o BPN.
Expresso - A entrevista não era sobre isso.
Barroso - Pois é, mas eu quando era primeiro-ministro chamei três vezes o Vítor Constâncio a São Bento para saber se aquilo que se dizia sobre o BPN era verdade.
Expresso - É mesmo verdade que tem tudo registado? Que todos os dias, às 6h,30, escreve as suas notas sobre o que se passou na véspera?
Barroso - Mais ou menos.
Reagindo a estas declarações de Barroso, Constâncio afirma que não se lembra de ser chamado para falar apenas do BPN. Uma desculpa de mau governador que, pelos vistos, não tomava nota sequer das reuniões com o primeiro-ministro. Aliás, Constâncio admitiu na comissão de inquérito parlamentar a possibilidade de se ter distraído no caso BPN. Hoje é notícia que cinco ex-responsáveis do Banco de Portugal defendem Constâncio: Silva Lopes, Beleza, Artur Santos Silva, Rui Vilar e Teodora Cardoso, alegando que "a supervisão bancária não é um sistema de investigação e crimes. É
irrealista a imagem criada de um supervisor que pudesse acompanhar e
tempo real os milhões de operações que ocorrem a cada instante no
sistema financeiro".
Esta é boa!
Alguma vez as normas de auditoria se sustentaram na análise exaustiva e real de todas as operações realizadas numa empresa, seja ela qual for? Era assim tão difícil ao BP escrutinar, por exemplo, o tipo de operações de risco com juro (elevado) e capital garantido com que o BPN (e o BPP) camuflava aquilo que denominava depósitos à ordem? Bastava entrar numa qualquer dependência do banco e perguntar pelas condições oferecidas.
1 comment:
realmente o sr Silva Lopes &ca aqui meteu agua falando como um burocrata napoleonico que está lá porque tem direito consuetudinario a tal.
Brigada das Colheres no seu melhor.
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