Eurogrupo tenta acordo esta semana para estender maturidades dos empréstimos a Portugal e a Irlanda por mais sete anos, aproximando as condições oferecidas aos dois países às concessões feitas em Novembro último à Grécia. Se o acordo não for alcançado na sexta-feira em Dublin, deverá ser selado na reunião do próximo mês em Bruxelas.
Palavras do senhor Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, o tal que, há dias, se distraiu e disse o que pensava quando disse que o corte à moda de Chipre poderia vir a ser aplicado em outros países membros da Eurozona. Dá para acreditar? Dá com certeza. O Eurogrupo, no ponto em que as coisas estão, não tem, por imposição da Alemanha e companhia do norte, alternativa senão continuar a adiar a solução de problemas que, no entanto, o tempo não resolve. Continuará, assim, o jogo de enganos até ao ponto em que não haverá mais adiamento que valha.
Sete anos, não chegam? Repito-me: Nem setenta, se a solução continuar a ser simplesmente adiar.
Só não vê quem não quer ver: Portugal, com um tecido económico estruturalmente fragilizado em grande extensão, o que desde logo torna inconsistente a comparação com a Irlanda, com uma dívida pública crescente, que já excederá, se contada a dívida implícita, mais de 125% do PIB, e uma dívida externa total de cerca ce 230%, não tem nenhuma hipótese de inverter o crescimento da dependência financeira do exterior se não forem reduzidos os custos da dívida para níveis compatíveis com a capacidade para os pagar.
Just say Não, recomenda Krugman.
Vítor Gaspar nem é capaz de dizer não nem explica aos portugueses para onde vai este caminho por onde nos conduz. Deixou de ser parte da solução para ser parte do problema. Porque lhe falta a determinação ou a capacidade para dizer não aquilo que ele sabe que Portugal não terá possibilidade de cumprir, aceitando o papel de sonso neste jogo de enganos.
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Correl. -Luxemburgo diz que os gregos não aguentam mais o ritmo da consolidação.
Nem nós.
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