Wednesday, November 17, 2010

FARIA MELHOR ESTAR CALADO

Ainda acerca dos receios do presidente da Caixa.

O presidente da Caixa, segundo notícias públicas, terá enviado ao Governo uma mensagem preocupada com a eventual fuga de quadros do banco do Estado em consequência da redução salarial que abrangerá os funcionários públicos e as empresas maioritariamente públicas. Como a Caixa está num mercado concorrencial, argumenta do o presidente da Caixa, a concorrência ir-lhes-á buscar o que tiverem de mais válido. O que pode ser, ainda segundo as notícias, bastante prejudicial para o banco público, aliás, muito lucrativo.

Esquece-se o presidente da Caixa, no seu argumentário, que a concorrência a que se refere é a concorrência no mercado do trabalho, a qual, tanto abrange a Caixa como todos os serviços públicos abrangidos pela medida. Porque de todos eles poderão sair quadros aliciados por posições mais vantajosas no sector privado.

Esquece-se ainda que, no momento crítico que o país atravessa e de que o sector financeiro não escapa, a mobilidade não se alicia com uma redução de 10% no vencimento, tanto mais que a Caixa, por ser respaldada pelo Estado em múltiplas vertentes, oferece garantias que justificam os lucros que o presidente da Caixa realça, como realçaram todos os seus antecessores e realçarão os seus sucessores.

Nos tempos que correm, a segurança de emprego é, mais do que nunca, dinheiro em caixa.

2 comments:

aix said...

O argumento do presidente da CGD levanta alguns problemas:
1-mesmo sem redução salarial os quadros não poderiam ir na mesma para a concorrência?
2-não é notícia corrente a falta de emprego para os bons quadros(sobretudo jovens?)
3-a gestão previsional de quadros(bons tempos em que se fazia!),
conjugada com a formação, não permitiria à CGD ter uma boa reserva de quadros qualificados?
4-a segurança e regalias não são factores de atração?
5-não é verdade que o argumento do sr. presidente 'in limine' é válido para outras empresas?
6-será esse mesmo argumento uma forma de pressão sobre o governo ou mesmo um 'alibi' para eventuais reivindicações sindicais?
Seja pelo que for o argumento do sr. presidente soa-me a falso.
E, já agora,o argumento dos quadros não indicia uma falta vergonhosa de solidariedade profissional e social?
Infelizmente começa a ganhar significado o dito 'o homem é o lobo do homem'.

rui fonseca said...

"Não é verdade que o argumento do sr. presidente 'in limine' é válido para outras empresas?"

Caro Francisco,

É precisamente o que eu penso.