A crise, tal como a maré baixa, veio evidenciar o que se escondia por debaixo da corrente.
Olhamos e ficamos admirados com o que vimos. E sugerimos. E reclamamos. E indignamo-nos.
Precisamos de mudar. Até sabemos para onde. O problema é que cada um de nós tem um como mudar diferente. Concordamos facilmente nos objectivos que nos beneficiam, discordamos nos requisitos que se impõem a nós próprios. Sabemos quais os deveres dos outros, ignoramos as nossas obrigações. É da condição humana? Mais nuns casos que noutros. Onde a consciência cívica está mais generalizada, os compromissos estão mais facilitados porque os valores prevalecentes facilitam-nos. Onde as desigualdades sociais se agravam, o egoísmo que as fomentam, contrariam-nos. A Europa do Norte, mais solidária, e por isso mais economicamente desenvolvida, reúne-se mais consensualmente à volta dos objectivos a atingir e dos caminhos a percorrer que a Europa do Sul, mais desprendida dos valores morais que cimentam o progresso sustentado das nações.
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Enquanto de um lado a democracia é o modelo de sociedade que fomenta a consensualidade à volta dos grandes objectivos nacionais, discutindo-os, geralmente, sem manobras baixas, do outro a democracia é instrumento de combate partidário sem regras nem tréguas, perante o desespero dos interesses do País. No primeiro caso, os governantes são discretos, no segundo disputam palmo a palmo a presença nos palcos engalfinhando-se nos bastidores.
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Alteram-se os comportamentos colectivos com discursos? Claro que sim, contra um inimigo ou pseudo inimigo externo. Mas, mesmo neste caso, o Diabo, por exemplo, já meteu mais medo que agora. O espírito de cidadania, de que falava ontem o PR é, como todos os valores morais, um valor sedimentado ao longo de gerações, não se injecta com discursos de ocasião.
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Não há, então, nada a fazer? Há.
O senhor Presidente da República tem uma faculdade que lhe permite e, do meu ponto de vista, o obriga, no actual quadro partidário, e na situação crítica em que o País se encontra, de promover o consenso acerca dos objectivos nacionais e dos caminhos a percorrer para os atingir de forma politicamente sustentada. Na próxima Quinta-Feira não deve deixar passar essa oportunidade. Porque essa é a ocasião que dá sentido à existência de um Presidente eleito por sufrágio directo, e de um Conselho de Estado, onde os interesses partidários se devem diluir nos interesses do País. Se o não conseguir, deve informar o País por quê.
Olhamos e ficamos admirados com o que vimos. E sugerimos. E reclamamos. E indignamo-nos.
Precisamos de mudar. Até sabemos para onde. O problema é que cada um de nós tem um como mudar diferente. Concordamos facilmente nos objectivos que nos beneficiam, discordamos nos requisitos que se impõem a nós próprios. Sabemos quais os deveres dos outros, ignoramos as nossas obrigações. É da condição humana? Mais nuns casos que noutros. Onde a consciência cívica está mais generalizada, os compromissos estão mais facilitados porque os valores prevalecentes facilitam-nos. Onde as desigualdades sociais se agravam, o egoísmo que as fomentam, contrariam-nos. A Europa do Norte, mais solidária, e por isso mais economicamente desenvolvida, reúne-se mais consensualmente à volta dos objectivos a atingir e dos caminhos a percorrer que a Europa do Sul, mais desprendida dos valores morais que cimentam o progresso sustentado das nações.
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Enquanto de um lado a democracia é o modelo de sociedade que fomenta a consensualidade à volta dos grandes objectivos nacionais, discutindo-os, geralmente, sem manobras baixas, do outro a democracia é instrumento de combate partidário sem regras nem tréguas, perante o desespero dos interesses do País. No primeiro caso, os governantes são discretos, no segundo disputam palmo a palmo a presença nos palcos engalfinhando-se nos bastidores.
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Alteram-se os comportamentos colectivos com discursos? Claro que sim, contra um inimigo ou pseudo inimigo externo. Mas, mesmo neste caso, o Diabo, por exemplo, já meteu mais medo que agora. O espírito de cidadania, de que falava ontem o PR é, como todos os valores morais, um valor sedimentado ao longo de gerações, não se injecta com discursos de ocasião.
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Não há, então, nada a fazer? Há.
O senhor Presidente da República tem uma faculdade que lhe permite e, do meu ponto de vista, o obriga, no actual quadro partidário, e na situação crítica em que o País se encontra, de promover o consenso acerca dos objectivos nacionais e dos caminhos a percorrer para os atingir de forma politicamente sustentada. Na próxima Quinta-Feira não deve deixar passar essa oportunidade. Porque essa é a ocasião que dá sentido à existência de um Presidente eleito por sufrágio directo, e de um Conselho de Estado, onde os interesses partidários se devem diluir nos interesses do País. Se o não conseguir, deve informar o País por quê.
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