Ontem, a propósito do comentário que coloquei aqui e transcrevi aqui, José M. Castro Caldas, Professor Auxiliar do Departamento de Economia do ISCTE teve a amabilidade de apontar-me o seguinte: "
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Não sei se o que segue é ou não evidência factual bastante...
Paul Samuelson escreveu em 1955:“In recent years, 90 per cent of American economists have stopped being Keynesian economists" or Anti-Keynesian economists." Instead, they have worked toward a synthesis of whatever is valuable in older economics and in modern theories of income determination. The result might be called neo-classical economics and is accepted, in its broad outlines, by all but about 5 per cent of extreme left-wing and right-wing writers.”
95% parece a maioria do Sadam, não é? E que tal a etiqueta dos restantes 5%? Convenhamos que “extrema-esquerda” ou “extrema-direita” não é qualificativo que facilite o acesso à academia, sobretudo nos tempos do MacCarthismo. Acha que em Portugal o Samuelson não fez escola? Acha mesmo que há pluralismo no ensino da Economia?
É que conhecendo eu os cantos à casa fico na dúvida se está a brincar ou a falar a sério?
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As perguntas do professor Castro Caldas suscitaram-se um sem número de comentários. A começar pela estranheza de ele recorrer a uma citação para me apresentar como evidendência factual bastante uma afirmação de Samuelson feita há 55 anos. Respondi-lhe, circunscrevendo-me ao essencial das suas perguntas.
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"Estou a falar a sério e fico espantadíssimo, caro Castro Caldas, com o que me diz.
Porque se conhece os cantos à casa, presumo que os conhece como professor. Assim sendo, o que é tem vindo a ensinar aos seus alunos? A boa ou a má teoria? Frequentei a Universidade ainda no tempo da ditadura, e ninguém que estivesse minimamente acordado nessa altura ignorava as principais correntes do pensamento económico. Passou a haver lei da rolha com a democracia?Alguém comanda o seu pensamento enquanto professor universitário?
Há livro único?
Estamos a falar de ensino universitário ou de ensino primário?"
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Até agora não tive resposta.
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