Thursday, February 25, 2010

QUE SE LIXEM OS GREGOS!

Let the Greeks ruin themselves
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"Que se lixem os gregos!" Seria uma tradução livre em português popular do título deste artigo saído no Economist desta semana, que resume a posição, mais emocional que reflectida, daqueles países da UE que não estão com a corda na garganta. De entre eles destaca-se, pela dimensão da sua economia no conjunto dos países da União Europeia e, muito particularmente daqueles que adoptaram o euro como sua moeda, a Alemanha.
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Os gregos portaram-se mal, os portugueses não se portaram muito melhor. Mas também a Espanha e a Itália se confrontam com a ameaça de ruptura de credibilidade financeira internacional. O que é que pode acontecer?
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As propostas de solução vão desde o avanço da UE para uma federação de estados semelhante aos EUA (Krugman, por exemplo) até a um bail out da Alemanha à Grécia que, inevitavelmente, criaria um precedente que os alemães não parecem dispostos a abrir. George Soros, entre outros, propõe um paliativo (emissão de eurobonds) que teria o mérito de reduzir os custos das dívidas dos aflitos mas o inconveniente de pressupor garantias dos mais disciplinados, que, povavelmente, não estarão pelos ajustes.
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Tudo conjugado, qualquer que seja a volta dada, permanece um requisito incontornável: o de que as economias (indiviuais, familiares, das comunidades, dos estados, das federações de estados) não podem indefenidamente manter-se dependentes do crescimento das suas dívidas e, portanto, têm de adequar os seus consumos aquilo que produzem. Uma conclusão óbvia que, no entanto, pressupõe a adopção de políticas menos óbvias. Sem a possibilidade de desvalorizações competitivas (que aliás seriam uma contradição da existência de uma União Europeia) o realinhamento cambial real tem de efectuar-se pela redução dos rendimentos reais (e não só dos salários, por quê só dos salários?).
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É essa medida que, sendo tida como politicamente inexequível por enquanto, só tem uma alternativa pior: a saída do euro e da UE.

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