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Ficou o Governo muito zangado com o Senhor Provedor de Justiça porque este entendeu dizer o que lhe vai na alma depois de esperar mais de oito meses que o substituam no cargo, ansioso por largar a pasta e ir para casa por as leituras em dia.
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A Provedoria da Justiça é uma cereja em cima do bolo da nossa democracia, enfeita-a mas serve de pouco. É, portanto, difícil compreender como é que os dois principais partidos, que formam a maioria necessária para mudar a cereja, se batem tão acirradamente por uma coisa de (quase) nada.
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Uma das afirmações de Nascimento Rodrigues à Visão que mais irritou o Governo foi a sua opinião de que o cargo deveria, por razões de ética política, ser ocupado por quem o partido maioritário na oposição indicasse, acusando o provedor de partidarismo.
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Parece-me uma crítica excessiva. Se ao Provedor de Justiça compete defender os cidadãos perante o Estado (realmente, os governos como seus tutores) parece elementar a sugestão de Nascimento Rodrigues: o de recomendar que o defensor não seja nomeado pelo acusado.
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De um modo geral, nunca os fiscais deveriam ser eleitos em listas propostas pelos fiscalizados. Deveria ser assim, obrigatoriamente, até nas sociedades e associações.
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