Saturday, March 28, 2009

O BENFICA, O BCP E O PS

"Incomoda-o o facto de o presidente do banco, Carlos Santos Ferreira, e o vice-presidente, Armando Vara, serem do Partido Socialista? pergunta do Expresso a Filipe Pinhal, ex-presidente do BCP.
Resposta de Pinhal: A filiação partidária não conta para estas coisas. Era o mesmo que dizer que o Benfica tinha tomado o BCP pelo facto de Armando Vara ser adepto convicto do clube".
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Oh Filipe! Estás a brincar com a malta. É por demais evidente que a filiação partidária conta, e muito. Entre os partidos e as empresas estabelecem-se laços perversos que corroem a democracia. O financiamento dissimulado dos partidos tem estado na origem da degradação democtrática. Evidentemente que Vara nunca poderá transferir para o PS aquilo que falta no Benfica mas existe, por enquanto, no BCP.
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As relações que o poder político angaria são úteis às empresas que contratam os políticos quando estes deixam aparentemente a vida política. A presença de políticos nas empresas garante aos partidos a que pertencem o suporte financeiro com que sustentam as batalhas eleitorais. E, por entensão dos vínculos, vão criando uma teia de amigos e conivências que lhes garante a perdurabilidade do poder. Teias que podem consentir, e às vezes consentem, parceiros de um partido concorrente.
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Filipe Pinhal sabe isto muito bem. Mas esta é uma perspectiva que, pelos vistos, não lhe interessa assumir.

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