A pergunta pressupõe que a Alemanha pretende dominar a Europa, uma intenção que eu não vislumbro nem vejo razões para imaginar. Dominar, como? Politicamente? Não vejo que seja um cenário possível em ambiente de paz, e, em caso de guerra, não haveria vencedores.
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Se a União Europeia caminhar para uma federação de estados, é possível que o estado alemão assuma um ascendente económico ainda mais acentuado relativamente aos outros estados da União em consequência de uma maior afirmação dos factores que já hoje dão à Alemanha a maior dimensão económica dentro da União Europeia. Mas este ascendente só perduraria se os restantes membros não ganhassem nenhum dos desafios que uma maior integração política provocaria. O que não significa que, por razões de condicionalismos naturais e culturais, não subsistam sempre diferenças consideráveis entre os rendimentos médios dos diferentes estados, e a troca permanente entre eles de posições relativas, como já hoje acontece.
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A questão primordial que se coloca hoje, quando a crise ameaça abalar irremediavelmente os alicerces da União não é questionar se a Alemanha falha a tentativa de dominar a Europa mas se a Alemanha se disporá, para salvar a União, a ceder a políticas de resgate das economias mais aflitas sem lhes impor condições humilhantes.
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Já vão longe os tempos em que Helmut Kohl decidiu, praticamente de um dia para o outro, avançar com a reunificação das duas Alemanhas, arriscando-se a um desaire que muitos prognosticaram como certo. Foi também ele quem promoveu a progressão da integração europeia. O maior problema que a Europa defronta neste momento não é, seguramente, que Angel Merkel aproveite a confusão da encruzilhada para encaminhar os europeus para um redil germânico; a maior ameaça à União Europeia é que, no meio do cruzamento, não haja uma liderança forte capaz de salvar a construção europeia das ameaças de desintegração que a crise comporta.
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1 comment:
"A pergunta pressupõe que a Alemanha pretende dominar a Europa, uma intenção que eu não vislumbro nem vejo razões para imaginar. "
Não vislumbra?
Quem tem dominado a Europa economicamente nos ultimos anos?
Pela força das armas, tentou sem sucesso.
Economicamente parecia ter tido sucesso e agora cai-lhe a crise em cima, como é que vai ser?
O cenário Mundial mudou e começa a ser dificil ignorar quem determina as regras do jogo.
Estou de acordo com o que diz
" o maior problema que a Europa defronta neste momento não é, seguramente, que Angel Merkel aproveite a confusão da encruzilhada para encaminhar os europeus para um redil germânico; a maior ameaça à União Europeia é que, no meio do cruzamento, não haja uma liderança forte capaz de salvar a construção europeia das ameaças de desintegração que a crise comporta"
A tactica do 'cada um por si' leva normalmente a grandes desastres.
É, por isso, que acho que as populações deviam ser esclarecidas sobre o verdadeiro cenário com que nos defrontamos, em vez de tentar manter a ilusão de que nada mudou na balança do poder.
Vai dizer que lá estou eu com 'amarelofobia' ...
China's financial clout locks in energy supplies
By Elaine Kurtenbach
AP Business Writer / February 18, 2009
SHANGHAI—Call it planning ahead.
While China's exports plunge and millions of laid-off workers hunt for jobs, the country's big state companies are spending billions of dollars securing access to oil and other scarce resources the country will need in coming decades.
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( e contrariando as maximas de Deng Xiaoping:
"Observe calmly; secure our position; cope with affairs calmly; hide our capacities and bide our time; be good at maintaining a low profile; and never claim leadership." já se ouve afirmações destas:)
"Obviously, now, those are holding cash can speak louder than those who have resources," said Qiu Xiaofeng, an analyst at China Merchant Securities, in Shanghai.
"The global economic crisis has given China a rare, good opportunity to trade our abundant currency reserves for other countries' oil resources," Qiu said.
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http://www.boston.com/business/articles/2009/02/18/chinas_financial_clout_locks_in_energy_supplies/
Russia's 'virtual cold war' in Central Asia
By Roger McDermott
Feb 21, 2009
The Collective Security Treaty Organization (CSTO) summit in Moscow on February 3, followed the next day by the meeting of the Eurasian Economic Community (EurAsEc) was overshadowed by Kyrgyzstan's President Kurmanbek Bakiyev announcing the closure of the US Manas air base in Bishkek.
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Russia's Deputy Foreign Minister, Grigoriy Karasin, clarified aspects of the new CSTO force on February 12.
"In peaceful conditions they will remain in their places of permanent stationing. In the event that a threat of aggression emerges in respect of CSTO states, as well as in order to quickly react to crisis situations, they would be redeployed in the direction of the threat on the basis of a decision by the Collective Security Council of the CSTO," Karasin said.
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http://www.atimes.com/atimes/Front_Page/KB21Aa05.html
China breaks its silence on Afghanistan
By M K Bhadrakumar
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The Chinese commentary says the mere dispatch of more US troops to Afghanistan cannot help achieve Obama's "strategic goals" unless Washington stabilizes South Asia, especially Pakistan and the India-Pakistan relationship. The editorial continues:
It is clear that without Pakistan's cooperation, the US cannot win the war on terror. Therefore, to safeguard its own interests in the fight against terrorism in South Asia, the US must ensure a stable domestic and international environment for Pakistan and ease the tension between Pakistan and India.
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China abhors NATO expansion into its Central Asian backyard and opposes the US missile defense system that will rubbish China's relatively sub-standard nuclear strike capability.
But, as Deng would say, why claim the leadership of opposition to these US moves when Moscow is already doing a splendid job?
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Ambassador M K Bhadrakumar was a career diplomat in the Indian Foreign Service. His assignments included the Soviet Union, South Korea, Sri Lanka, Germany, Afghanistan, Pakistan, Uzbekistan, Kuwait and Turkey.
http://atimes.com/atimes/China/KB25Ad03.html
China and the US: a Dim Sum?
Last Modified: 22 Feb 2009
By: Faisal Islam
It's the relationship that some in America say was the ultimate cause of the credit cataclysm. Welcome to Chimerica, writes Faisal Islam
How is it that the country with one of the poorest populations in the world is the biggest lender to the richest? How can it be that apparently one of the prime agenda items for Mrs Clinton was her indebtedness to her country's indebtedness. Well, welcome to Chimerica.
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Four trillion dollars of extra US government borrowing in the coming years might have something to do with it. The fact that China has been sending some not-so-subtle messages in recent days about its limited appetite for US debt may be more on the money.
The joke in China is that having paid for their own much-needed £400bn stimulus entirely from their own pockets, they do not feel the need to pay for America's stimulus too.
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The US shift in production to China, led to a shift in promissory notes in the same direction. Now China sees a significant shift in power.
http://www.channel4.com/news/articles/business_money/china%20and%20the%20us%20a%20dim%20sum/2980377
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