"A minha mãe não fez exames nacionais e a minha professora de história tamém não, e não precisaram sequer de exames para fazer os estudos"
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Ouço isto, esta manhã, na rádio (Antena 1) a propósito das manifestações marcadas para hoje em todo o país por estudantes do ensino secundário, e também do ensino superior, a propósito do "dia do estudante", em luta contra o estatuto do aluno, a educação sexual nas escolas, os exames nacionais, e não sei que mais.
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E recordo-me das razões que motivaram a criação do dia do estudante há mais de quatro décadas. A diferença entre o que defendíamos naquele tempo e aquilo por que se bate a juventude de agora é bem avaliadora da destruição de valores a que assistimos em quase meio século.
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Destruição moral com que os media se lambem do mesmo modo que se alimentam com a destruição material. Das florestas, por exemplo. Ainda mal começou a Primavera e já os incendiários lançam fogo aos barris de combustíveis acumulados nos paióis em que se transformaram as matas em Portugal, um espectáculo que as televisões transmitem à saciedade para gáudio das mentes alienadas à nascença.
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A culpa é dos media? Não só, evidentemente, mas também.
1 comment:
'Então é assim', com programas infantis destes
http://www.youtube.com/watch?v=XJ8OjAB_e3g&feature=player_embedded
'prontos', 'tamem' não se podia esperar outra coisa.
Quando o meu filho mais velho frequentava a 1ª classe, fui chamada pela professora após 2 semanas de aulas.
A senhora queixava-se que ele era muito falador e provocava perturbação nas aulas, sobretudo com 2 ou 3 amigos com quem se sentava no fundo da sala.
Prometi falar com ele e, sugeri que, entretanto, os separasse na aula, colocandos-os na 1ª fila e longe uns dos outros.
A resposta que obtive da professora foi:
Não posso fazer isso. São os alunos que escolhem os lugares no inicio do ano lectivo e eu não posso mudá-los.
Perante isto, comecei a ter a sensação que íamos por mau caminho.
Falei com outros pais e, praticamente, não tive apoio para mudar a situação.
Só me restou mudar de colégio.
Fui a reuniões de pais em que ouvi um pai afirmar que o programa de Matemática devia ser reduzido porque as crianças ficavam sem tempo para brincar.
Tenho uma amiga, professora de Filosofia dos últimos anos do secundário, que foi ameaçada de processo pela escola porque os pais apresentaram queixa.
A nota que tinha dado ao 'menino' o iria impedir de passar para o ano seguinte e ela recusava-se a altera-la.
Não interessava se o 'menino' sabia ou tinha aprendido alguma coisa.
O importante era que passasse ao ano seguinte para, rapidamente, ingressar numa universidade qualquer, ter um 'canudo' e um emprego em que ganhasse muito dinheiro.
Estamos a colher os frutos desta mentalidade que se foi instalando nas últimas decadas.
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