"The poorest county in America isn´t in Appalachia or Deep South. It is on thr Great Plains, a region of struggling ranchers and dying town farms., and in the election of 2000 the Republican candidate for president, George Bush, carried it by a majority of greater than 80 percent." Thomas Frank - What´s the matter with Kansas
McCain não era o candidato preferido do núcleo duro do seu partido. Contra todas as expectativas iniciais, conseguiu aquilo que parecia pouco provável: a nomeação como candidato republicano às próximas eleições presidenciais.
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Depressa percebeu, contudo, que o seu estilo continuava a não agradar aos sectores mais radicais-conservadores do GOP e as possibilidades de vencer em Novembro seriam remotas sem os votos que têm garantido aos republicanos a presidência: a dos americanos do interior, paradoxalmente daqueles que têm sido mais atingidos pelas políticas do partido em que a maior parte deles vota.
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Colocado entre a hipótese de ceder nas suas convicções ou perder irremediavelmente as eleições, McCain consultou os oráculos e estes definiram o modelo de vice-presidente que poderia chamar ao redil os tresmalhados. E os oráculos apontaram o caminho onde se encontrava o pequeno Buda: A governadora do Alasca, um estado que tem menos população que o concelho de Sintra, até então razoavelmente desconhecida.
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Sarah Palin, como indivíduo para além da sua condição de mulher, contem os ingredientes que mobilizam a América mais retrógrada e fundamentalista: Acredita no criacionismo, rejeitando todo o edifício científico construído a partir dos alicerces darwianos; é adepta do loby das armas; rejeita o aborto mesmo quando está em causa a gestação de deficientes; caçadora, não hesita em fazer-se fotografar junto à cabeça de um urso morto por seu pai; o ambiente não lhe merece mais respeito do que a George W. Bush. Com Palin, o fundamentalismo religioso nos EUA tenderá a emular o fundamentalismo islâmico, perseguindo ambos aquilo que de mais catastrófico poderá ocorrer: o choque de civilizações, que Samuel Huntington prevê como choque de fundamentalismos religiosos.
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Palin, se um dia for presidente dos EUA, ultrapassará Bush em popularidade pelo lado mais sinistro.
1 comment:
Boa noite,
Uma análise como esta não se encontra por aí muito, nem que seja a pagar.
Está muito lucida e como tal, esclarece, mas...
Tudo bom mas com um unico defeito:
O ultimo parágrafo.
Há só um prato da balança onde se põe a actuação de GWB, não existindo ou não se vendo o outro.
Mas esse prato existe...
Quanto à D. Palin,
a América gosta de músculo, creio que está a rejeitar a fast-food, o plástico.
Quem sabe a D. Palin não será o musculado, o viril Putin de saias dos cowboys?
Quem sabe?
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