Confrontado com a discordância do Tribunal de Contas relativamente ao empréstimo que a Câmara de Lisboa pretende contratar para pagar a quem deve, António Costa mostrou-se muito mais uma vez muito incomodado com as dificuldades que tem defrontado, desde que tomou posse há seis meses, para regularizar as dívidas a fornecedores contraídas por anteriores executivos, e muito surpreendido, comparando aquelas dificuldades com a facilidade com que as dívidas foram contraídas.
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Mas a surpresa do actual presidente da Câmara é uma surpresa dialéctica: toda a gente sabe que não é difícil contrairem-se dívidas, sobretudo se o devedor é o Estado, difícil, muitas vezes, é pagá-las.
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Entretanto, o professor constitucionalista, comentador televisivo, Marcelo Rebelo de Sousa, já fez saber que vai emitir parecer, a pedido de António Costa, contestando a posição do Tribunal de Contas em querer ir além da sua condição de tribunal eunuco.
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A saga das dívidas dos municípios e da exorbitância sistemática dos seus compromissos só tem uma solução: a de restringir-se a acção de cada administração camarária eleita aos proveitos arrecadados por ela. Enquanto uns decidirem fazer obra que lhes dá na real gana ( com os dinheiros dos contribuintes) sem restrições impostas pelo equilíbrio financeiro durante o seu mandato, a espiral de endividamento crescente nunca será contida.
2 comments:
Concordo plenamente, não se pagam dívidas com mais dívidas ....há que simplesmente cortar nos gastos supérfluos e aumentar a receita.
Aumentar a receita é sempre o mais fácil. Qualquer um faz isso, o resto é que é mais difícil.
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