"A fraude é o maior pesadelo de qualquer gestor". O desabafo é de John Thain, presidente executivo da Merrill Lynch. "Se qual for o sistema de segurança, é impossível prevenir a fraude", lamenta Thain.
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Ao 3º dia, a fraude passou a ser o tema dominante da 38º edição do Fórum Económico Mundial (FEM). Depois da calma ter, aparentemente, regressado aos mercados financeiros, o mundo empresarial foi ontem sobressaltado com a maior fraude de sempre.
Apostas secretas de um empregado do Société Générale, Jerome Kerviel, de 31 anos, vão custar ao banco francês 4,9 mil milhões de euros. A noticia deixou os empresários presentes em Davos em estado de choque.
"Não podia ter acontecido em pior altura. Todos esperavam perdas devido ao ‘subprime’ mas não uma fraude. Os bancos estão sob pressão por tantos motivos, que isto era a última coisa que esperavam", disse Bill Browder, presidente executivo da Hermitage Capital Management.
"Há dois dias as conversas era dominadas pela queda dos mercados financeiros, hoje só se fala em auditorias", comentou Steve Forbes, CEO da Forbes. "É um assunto muito mais interessante, embora o Société Générale não ache", brincou o gestor.
Como aconteceu?
"Como é que aconteceu uma coisa destas?", pergunta Angel Gurria, secretário geral da OCDE. "Como é que alguém com a posição de Kerviel pode ter tanta responsabilidade? Isto revela um problema muito sério", disse Gurria.
Jean-François Theodore, CEO da NYSE Euronext, afirmou esta fraude foi possível, porque o "mercado é cada vez mais difícil de controlar". "Possivelmente os instrumentos financeiros ficaram demasiado complexos", disse.
"Como é que aconteceu uma coisa destas?", pergunta Angel Gurria, secretário geral da OCDE. "Como é que alguém com a posição de Kerviel pode ter tanta responsabilidade? Isto revela um problema muito sério", disse Gurria.
Jean-François Theodore, CEO da NYSE Euronext, afirmou esta fraude foi possível, porque o "mercado é cada vez mais difícil de controlar". "Possivelmente os instrumentos financeiros ficaram demasiado complexos", disse.
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Pois é. De vez em quando os donos do sistema também são apanhados nas malhas que eles próprios teceram. Os mercados não ficaram demasiado complexos, os mercados financeiros são de uma opacidade que os torna, por vezes, impenetráveis mesmo para os comandam as operações. Há sempre ratos que se aproveitam das sombras para roerem tranquilamente as cordas.
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E, como sempre acontece, a forma mais eficaz de prevenção do crime é o castigo. Coisa que é rara
no caso dos crimes de colarinho branco. Ainda anteontem o presidente da CMVM referia durante a audição na comissão de economia e finanças da AR que as penas são tão leves que o crime compensa.
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Os maiores inimigos do capitalismo habitam dentro do sistema. É mais ou menos isto que diz Alan Greenspan em "The age of turbulence".
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