A INSUSTENTÁVEL DURAÇÃO DO DIA
Acerca da globalização, as opiniões tendem para a convergência:
Acerca da globalização, as opiniões tendem para a convergência:
- é irreversível
- é virtuosa
- é dolorosa
Dolorosa, para aqueles que deixam de ser competitivos no mercado global de trabalho. Muitos reclamam que a globalização só será virtuosa se regulamentos supranacionais evitarem enviesamentos da concorrência e, a propósito, vem geralmente à baila o chamado "dumping social" .
Um aspecto, contudo, tem sido menosprezado, quando não ridicularizado, pela generalidade dos economistas: a perda global de empregos, ou, dito de uma forma mais radical, o caminho para o fim do trabalho.
E o raciocínio é simples: a globalização é motor da produtividade e a produtividade significa a redução de emprego por cada unidade produzida.
Respondem os economistas, optimistas, alguma vez teriam de o ser: As estatísticas demonstram que acréscimos de produtividade têm induzido crescimento de emprego e não o contrário.
Mas tem limites: a duração do dia, isto é, o tempo disponível para consumir ou desfrutar. A produção pode ter, e tem tido, um crescimento exponencial, o consumo não pode deixar de ser, a partir de certo nível, assimptótico por força do tempo disponível.
A verdade é que a extrapolação não é um exercício de adivinhação, e ninguém sabe onde poderão continuar a ser criados postos de trabalho no futuro.
A produção para desperdício e a destruição têm resolvido, até agora, uma parte deste dilema.
Claro que existe um mundo maior, carente ainda das coisas mais elementares. Há muita gente para consumir. Escrevo esta última frase e só depois lhe leio o duplo sentido. Para qual deles vai o mundo?
O que diz Phelps?
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